Gerente do Metrô ligado a subcontratada da Alstom é exonerado

Folhapress
18/12/2013 às 15:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:53

SÃO PAULO - O Metrô de São Paulo exonerou nesta quarta-feira (18) o gerente de manutenção Nelson Carvalho Scaglione. Segundo reportagem publicada pelo jornal "O Globo", ele é ligado à empresa Façon, que prestou serviços para a Alstom nas obras da linha 2-verde do metrô.    O jornal diz que a Façon foi contratado por R$ 8,9 milhões, mas recebeu R$ 28,3 milhões diretamente dos cofres estaduais. De acordo com o jornal, a suspeita é que a empresa era usada para camuflar pagamento de propina.    O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes (PSDB), afirmou nesta quarta-feira que o próprio funcionário "também achou importante se afastar". "É melhor que ele possa também trabalhar na defesa dele", afirmou o secretário durante assinatura de contrato para construção da linha 6-laranja do Metrô.    Segundo Fernandes, Scaglione "já apresentou [uma] série de motivos" para explicar sua ligação com a Façon. O gerente exonerado argumentou, segundo o secretário, que é sócio de uma empresa chamada Celog, que apenas foi sócia da Façon num empreendimento imobiliário e não tem relação direta com companhia que foi subcontratada pela Alstom. "Ele agora vai ter mais espaço e tempo para se defender", disse Fernandes.    Depoimento    Fernandes também criticou o fato de a Folha de S.Paulo ter tido acesso ao depoimento que ele prestou à Polícia Federal.   Nesta quarta-feira, a Folha de S.Paulo mostrou que o secretário disse à PF estar "decepcionado" com João Roberto Zaniboni, ex-diretor da CPTM acusado de ter recebido propina da Alstom em uma conta que mantinha na Suíça. Fernandes também disse à PF que o "deixa indignado" o fato de Zaniboni, seu ex-subordinado, ter mantido conta no exterior. 
  "Eu fiz um depoimento sigiloso e até hoje não recebi", disse Fernandes.    Segundo secretário, é preciso "contextualizar" e dizer em que momento ele demonstrou "indignação" com a situação. 
  "Aparentemente minha indignação foi pelo fato de ter conta no exterior. Quanto à origem dos recursos, isso está em julgamento."

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