(André Lessa)
O advogado Marcelo Feller, que defende o ex-seminarista Gil Rugai, disse que ele vai se entregar. O Tribunal de Justiça decidiu, nesta terça-feira (4) negar o pedido de anulação do julgamento que o condenou pelo assassinato do pai e da madrasta em março de 2004. O colegiado ainda determinou, de maneira unânime, a expedição de um mandado de prisão imediata dele. Há cinco anos um habeas corpus, que mantém Rugai em liberdade, aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal. "Se não houver, nesse meio tempo, nenhuma decisão mandando suspender a decretação da prisão, ele [Rugai] vai se apresentar sim", disse Feller. "No entender, e no próprio entender do Gil, a decisão judicial pode ser discutida, mas precisa ser cumprida", completou o advogado. Sobre o mérito da decisão, Feller disse que ainda vai estudar o acórdão do TJ para saber quais medidas irá tomar. "Precisamos ler o acórdão do TJ para entender se há algum problema e depois decidir, eventualmente, qual vai ser o recurso cabível". O defensor não quis dizer onde o cliente está morando. "Prefiro não dizer onde ele está simplesmente para evitar aquele zum-zum-zum de imprensa, que certamente terá se eu disser onde ele está. Ele vai se entregar, não vai fugir", disse. Rugai foi condenado a 33 anos e 9 meses de prisão em fevereiro de 2013. A defesa entrou com um recurso contra as provas apresentadas pela acusação. Pela manhã, Feller concedeu uma entrevista coletiva sobre o caso. Ele criticou a postura do Tribunal de Justiça ao mandar prender Rugai imediatamente. "Hoje vimos aqui um ato correcional. Como se o Tribunal de Justiça paulista pudesse ser um corregedor do Supremo Tribunal Federal. O STF foi duramente criticado em razão desta demora. (...) Temos hoje o tribunal dando uma 'bronca' no Supremo Tribunal Federal, que esperamos que responda a altura", disse o advogado Marcelo Feller. De acordo com o voto do relator da apelação, desembargador Luis Soares de Mello Neto, os argumentos usados pela defesa não são suficientes para mudar a decisão já tomada. "Esmiuçadas as teses defensivas e os depoimentos de todas as testemunhas, não se vislumbra, sequer nas minúcias, uma fagulha de prova que possa concretizar-se como evidência de que a decisão dos jurados tenha se dado manifestamente contrária", disse Neto.