(Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse nesta quinta-feira (1) que existem “muitos falsos heróis” em matéria penal, ao se referir indiretamente ao juiz de Campos dos Goytacazes (RJ) que determinou a prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.
O comentário do ministro foi motivado pelo julgamento, no TSE, do referendo a uma decisão dele, que, em dezembro do ano passado, concedeu liberdade a Garotinho e ao presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues. A análise do caso foi interrompida por um pedido de vista, mas Gilmar Mendes aproveitou para criticar indiretamente o juiz Glaucenir de Oliveira, responsável pela prisão, que o acusou de receber dinheiro para libertar o ex-governador.
“Nós temos hoje um modelo muito curioso desses heróis, na verdade, muitos falsos heróis nesta temática penal. Esse juiz, inclusive, depois me mostraram no Facebook, é um juiz que aparece dirigindo carros riquíssimos. Certamente, a magistratura do Rio é muito bem remunerada, por exemplo, um Porsche, coisa do tipo”, disse o ministro.
Garotinho foi preso no dia 22 de novembro, junto com a mulher, a também ex-governadora Rosinha Garotinho, acusado da prática dos crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais. Ele e o presidente do PR são acusados de receber caixa 2 do grupo JBS. Rosinha foi solta no dia 29 de novembro com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira.
Após a prisão, todos recorreram ao TSE e foram libertados por Gilmar Mendes.
Última sessão
A sessão desta noite no TSE foi marcada pelo fim do mandato de Gilmar Mendes na presidência da Corte eleitoral, após período de dois anos no cargo. A partir do dia 6 de fevereiro, o tribunal será comandado pelo ministro do STF Luiz Fux.