O governo do Rio vai demolir um prédio de 1862, sede do antigo Museu do Índio, ao lado do estádio do Maracanã, com o objetivo de facilitar a mobilidade dos torcedores durante a Copa do Mundo de 2014. O prédio, que não é tombado, é ocupado desde 2006 por cerca de 30 índios que planejam instalar no local um Centro Cultural Indígena. O grupo conta com apoio da Defensoria Pública da União (DPU), que vai entrar com uma ação civil pública contra a demolição do imóvel.
A proposta do governo é transformar o local em estacionamento e área de lazer, com um centro esportivo e museu do futebol. O plano foi apresentado em paralelo à divulgação do edital de concessão do Maracanã à iniciativa privada, que administrará o estádio pelos próximos 35 anos.
De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil do Rio, Regis Fitchner, o governo negocia com a União e o Ministério da Agricultura, que detém a posse do imóvel, a remoção dos índios que ocupam o prédio.
Para o defensor André Ordacgy, responsável pela ação civil pública contra a demolição, o governo não está preocupado com o valor histórico do imóvel ou com a mobilidade do estádio. "É uma questão de viabilidade econômica da concessão por conta do prejuízo na reforma, que ultrapassa R$ 1 bilhão. O prédio está sendo usado como uma forma de compensação à iniciativa privada, o que não pode ser tolerado no estado democrático de direito."
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