Governo sírio diz que médico britânico se enforcou na prisão

AFP
18/12/2013 às 19:48.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:53

DAMASCO - O regime sírio, acusado por Londres de ter assassinado um médico britânico na prisão, se defendeu nesta quarta-feira (18) afirmando que ele "se enforcou" na cela em que era mantido por ter sido acusado de "atividades não autorizadas".   Em Damasco, o Ministério das Relações Exteriores anunciou que Abbas Khan, que tinha trabalhado em hospitais no atendimento a vítimas da guerra antes de ser detido em novembro de 2012, "tinha entrado em território sírio de maneira ilegal e realizava atividades não autorizadas".   "A causa da morte é uma asfixia por enforcamento", conclui um relatório médico oficial, indicando que o dr. Khan cometeu suicídio.   Enquanto Londres acusou o regime de ter "assassinado" o médico, o relatório indica que os exames mostraram que "o corpo não apresentava traço algum de violência".   Segundo o vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayçal Moqdad, Abbas Khan devia ser libertado em ocasião das festas de fim de ano, "como presente do povo sírio para o povo britânico".   A organização não-governamental Human Aid UK, para a qual o médico trabalhava, considera "inconcebível" que esse pai de dois filhos tenha tirado a própria vida quando estava prestes a ser libertado.   Em uma entrevista concedida à rede de televisão ITV News, Fatima Khan, a mãe da vítima, pediu que as autoridades sírias entreguem o corpo de seu filho.   Nas frentes de batalha, a força aérea manteve sua ofensiva contra os bairros em poder dos insurgentes em Aleppo, maior cidade do norte onde os ataques aéreos deixaram 189 mortos e 879 feridos desde domingo, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). Já uma ONG síria indicou 135 mortos, incluindo dezenas de crianças, de domingo a terça-feira.   No momento em que uma conferência de paz internacional está prevista para acontecer na Suíça em 22 de janeiro, o conselheiro do chefe da Coalizão Opositora, Monzer Aqbiq, indicou à AFP que os países ocidentais que apoiam a oposição tinham reafirmado, durante uma reunião no dia 13 de dezembro em Londres, que o presidente Assad não teria "papel algum" em um período de transição.   Ele desmentiu as informações da imprensa segundo as quais os países ocidentais hostis a Assad haviam convencido a oposição, durante essa mesma reunião, de que Assad poderia ficar no poder, em razão dos temores ligados ao avanço dos jihadistas.

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