(Wesley Rodrigues)
Com o rosto marcado por escoriações, Priscila Monteiro Izabel, de 28 anos, foi encaminhada às 9h40 desta sexta-feira (6) para a Maternidade Odete Valadares, no Prado, depois de ter chegado no começo da noite de ontem ao Hospital de Pronto Socorro João XXIII, no centro de Belo Horizonte. Vítima da tragédia causada por barragem que rompeu em mina da Vale S/A, em Mariana, Priscila soube há pouco tempo que está grávida.
A diretora do HPS, Tatiane Miranda, informou que o quadro de saúde de Priscila é estável e que ela vai para o Odete Valadares para avaliação da gravidez, mas retorna ao Pronto Socorro mais tarde. A médica disse ainda que o HPS possui um plano de catástrofes para atendimento hospitalar de para atendimento a essas vítimasem casos de tragédias como essa na mineradora, com especialistas de todas as áreas.
Além de Priscila, outras três pessoas da família foram atingidas pela lama que desceu da barragem de rejeitos: os sobrinhos Nicolas Fernandes, de anos e Caíque Monteiro de Barros, de 2 anos e o pai dos meninos, Wesley. "Eu quero informações sobre os meninos, não sei como eles estão", dizia Rossele, moradora de Contagem e parente das vítimas, diante da entrada do HPS, no começo da manhã.
Quatro vítimas foram resgatadas por helicópetro e chegaram no começo da noite ao HPS. Outro menino chegou após a meia noite, em UTI móvel. "A criança estava em prantos", conta um funcionário do HPS.
Outras vítimas internadas no HPS são: Marcelina Xavier Felipe, de 75 anos, e Darci Francisco dos Santos, de 62. O que dá um total de cinco vítimas internadas no HPS da capital.
Intoxicação preocupa especialista
Uma das crianças internadas no HPS teve alteração da dosagem de ferro, constatada em exame laboratorial, afirmou ao Hoje em Dia o médico responsável pela seção de toxocologia do HPS, Adebal de Andrade Filho. "Uma alteração pequena, que não pode ser chamada de intoxicação".
O especialista disse ainda que "chama a atenção o trauma das vítimas, além da ingestão da terra", causado pelo contato com árvores, paredes que a lama arrastou. "A possibilidade de intoxicação das vírtimas existe. Fizemos contato com a empresa para que ela informe a composição dos resíduos", adiantou o toxicologista.