Uma equipe ultraofensiva, com quatro jogadores sem grande composição na marcação. O Atlético foi a campo para tentar definir a decisão da Copa do Brasil logo no primeiro jogo. E falhou rendodamente. Com uma atuação péssima, dominado no primeiro tempo, o Galo sucumbiu em BH novamente para o Grêmio. A derrota por 3 a 1 obrigará o Galo a fazer o "milagre dos milagres" na semana que vem, em Porto Alegre.
Sem gols qualificados fora de casa, o alvinegro precisará vencer por dois gols de diferença para levar a decisão aos pênaltis. Um cenário que, com o futebol apresentado pela equipe de Marcelo Oliveira, é impossível de acreditar.
Pedro Rocha faz de tudo
O Atlético saiu no lucro durante a etapa inicial. Apesar de ter obrigado Marcelo Grohe a fazer uma grande defesa em chute à queima-roupa de Junior Urso, a equipe tricolor dominou o meio de campo e merecia ter saído para o intervalo com uma vantagem maior.
Sem organização defensiva, sofrendo contra-ataque com desvantagens de homens após cobrança de escanteio, o Galo dependeu das jogadas individuais de Robinho e Cazares. O segundo, entretanto, acerotu somente o cruzamento para a chance perdida de Urso.
Em um dos erros de passe, o equatoriano armou um contra-ataque perigoso para o Grêmio. O volante Maicon viu a disparada de Pedro Rocha e enfiou para o atacante. O zagueiro Gabriel não conseguiu acompanhar, foi driblado em um corte seco e viu a bola morrer no fundo das redes.
Pedro Rocha, inclusive, que poderia ter feito um hat-trick logo nos primeiros 45 minutos. Na primeira tentativa pós-gol, saiu novamente sozinho na cara de Victor e deu um tapa por cima do "santo". Seria um novo golaço do jogador, se Gabriel não tivesse salvado em cima da linha. Na segunda chance, Pedro Rocha saiu pela terceira vez na cara de Victor e tentou um chute cruzado. O camisa 1, entretanto, salvou o Galo de um verdadeiro desastre.
Mas o Atlético não conseguia reagir. Apesar de ter mais jogadores talentosos que o Grêmio, a equipe mineira estava desconectada, sem criatividade, facilmente entregue a uma marcação de compactação dos gaúchos, que saíam em contragolpe e tinham Pedro Rocha endiabrado.
Expulsão e desconto
Os erros anteriores do atacante seriam, entretanto, dizimados por outra jogada envolvente. Em rápida cobrança de falta, driblou Carlos César e Gabriel. Desta vez, chutou sem chances para Victor. Tão feliz que tava, tirou a camisa na comemoração e recebeu um cartão amarelo. Advertência que cobraria seu preço. Após cometer falta dura em Carlos César, o nome do jogo foi expulso pelo árbitro e não segurou as lágrimas.
A expulsão de Pedro Rocha fez a torcida do Atlético voltar a cantar e empurrar o time. Deu resultado. Após abafar o Grêmio em bolas alçadas na área, a equipe alvinegra descontou em belo chute de primeira de Gabriel, aproveitando cruzamento de escanteio. O primeiro gol como profissional do jogador, dando maiores esperanças à equipe.
Mão na taça
O Atlético se mandou com tudo para o ataque. O empate seria com sabor de vitória. Mas a defesa não consegue segurar um time com um jogador a menos, jogando na atrás da linha da bola. Em contra-ataque mortal, Everton recebeu cruzamento na cara de Victor, livre de marcação, e colocou o Grêmio com uma mão na taça, perto de se tornar pentacampeão da Copa do Brasil, um recorde.
Atlético 1x3 Grêmio
Atlético: Victor; Carlos César, Gabriel, Erazo e Fabio Santos; Leandro Donizete e Junior Urso (Marcos Rocha); Maicosuel (Hyuri), Cazares (Clayton) e Robinho; Lucas Pratto - Técnico: Marcelo Oliveira
Grêmio: Marcelo Grohe; Edílson, Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Maicon, Walace e Ramiro (Jailson); Douglas (Everton), Pedro Rocha e Luan (Fred). Técnico: Renato Gaúcho
Gols: Pedro Rocha, aos 29 minutos do primeiro tempo e aos 9 minutos do segundo tempo; Gabriel, aos 36 minutos do segundo tempo e Everton, aos 45 minutos do segundo tempo
Arbitragem: Pericles Bassols Pegado Cortez (PE), auxiliado por Rodrigo Henrique Correa (RJ) e
Nadine Schramm Camara Bastos (SC)
Cartões amarelos: Gabriel e Junior Urso (CAM); Edílson, Pedro Rocha e Marceo Grohe (GRE)
Cartão vermelho: Pedro Rocha, aos 22 minutos do segundo tempo (GRE)
Público: 50.586 presentes
Renda: R$4.082.175,00