Os trabalhadores do transporte coletivo da Grande Florianópolis não vão cumprir a decisão judicial que determina funcionamento de 100% da frota nos horários de pico (das 5h30 às 8h e das 17h30 às 20h) durante os dias de greve. Em nota destinada à população, o sindicato da categoria (Sintraturb), considerou a decisão como "arbitrária" e "inconstitucional". Para os funcionários, a medida anula a paralisação.
A nota foi divulgada na noite dessa segunda-feira, 10, após audiência no Tribunal Regional do Trabalho, que determinou a retomada da circulação da frota a partir desta terça-feira, 11. Fora dos horários de pico, o TRT determinou que, no mínimo, 50% dos ônibus atendam normalmente os usuários da cidade. Em caso de descumprimento, a multa diária é de R$ 100 mil.
A categoria reivindica um aumento real de 5% e uma jornada de trabalho de 6h diárias. De acordo com o TRT, a audiência dessa segunda terminou com pouco avanço nas negociações. Sindicato e empresas só concordam com a reposição de 7,16%, referente à inflação. Uma nova audiência entre as partes acontece nesta terça, às 14h.
Em uma coletiva de imprensa, o prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior (PSD), disse que a greve dos trabalhadores do transporte é injusta e ilegal. "Mais uma vez quem está sendo prejudicada é a população carente, que sem o transporte coletivo não consegue chegar ao trabalho", afirmou. Apesar da paralisação, a prefeitura da cidade informou que não vai suspender as aulas nas escolas municipais.
Na nota, o Sindicato negou ainda que os trabalhadores do setor defendam o aumento da tarifa (de R$ 2,90), como a prefeitura teria afirmado. Eles pedem o aumento salarial com base na Medida Provisória 617 que desonerou as empresas de transporte público de dois impostos federais, o PIS e a Cofins. Ainda segundo a categoria, as próprias empresas teriam informado que a isenção fiscal geraria uma economia de R$ 6 milhões por ano.
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