Minas registrou a primeira morte pelo vírus H3N2, subtipo do Influenza A que causou surto e infectou pelo menos 47 mil de pessoas nos EUA. O óbito foi confirmado em Alfenas, no Sul do Estado, segundo boletim epidemiológico publicado ontem pela Secretaria de Saúde (SES-MG).
Para especialistas, o caso acende o alerta para a necessidade de vacinação para prevenir a gripe. Caso contrário, como é um vírus novo contra o qual poucas pessoas têm imunidade, a doença poderá se espalhar pelo Estado e criar um quadro de epidemia.
“As pessoas tendem a acreditar que não precisam se imunizar. Mas a história mostra quantos casos de surtos deixaram vários mortos no mundo. Não podemos deixar a situação sair do controle”, afirmaa infectologista Sílvia Hees de Carvalho.
Para o virologista e professor da UFMG Flávio Guimarães da Fonseca, a situação pode evoluir para um quadro mais preocupante. Segundo ele, toda vez que a variante de um vírus surge, a população não tem imunidade prévia. “E não acomete apenas crianças e idosos, mas toda a população, uma vez que a maioria está desprotegida”.
Confirmações
Desde o começo do ano, 57 pessoas já morreram em Minas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O quadro é constatado quando o paciente possui os sintomas tradicionais de viroses, como febre, cefaleia, dores musculares, tosse, dor de garganta além de dificuldade respiratória que necessite de internação.
Até o momento, foram notificados 800 casos de SRAG no Estado, sendo 458 com amostra coletada e processada. Desse total, 71,7% estavam infectados com Influenza A.
Os casos de SRAG por Influenza afetaram mais pessoas com média de idade de 61 anos. As cidades com mais ocorrências são Belo Horizonte (14) e Mariana (3).
Segundo o Ministério da Saúde, neste ano, até 5 de maio, foram 208 casos desse tipo de Influenza no país e 30 óbitos.