O prefeito Fernando Haddad (PT) liberou nesta quarta-feira R$ 25,4 milhões para a retomada das obras na Fábrica do Samba, paralisadas havia quase três meses. O complexo vai abrigar 14 barracões das escolas de samba do grupo especial, em um terreno na Barra Funda, ao lado de onde funcionava o Playcenter, na zona oeste de São Paulo.
O "descongelamento" das verbas atende a uma demanda de vereadores governistas ligados a escolas de samba e levada ao prefeito nas últimas semanas. O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) havia reservado R$ 55 milhões para serem aplicados na obra só nos primeiros dois meses do ano, em janeiro e fevereiro. Só que os contratos com o consórcio responsável pela obra, formado pelas empresas Passarelli e Schain, passaram por uma perícia do governo antes da liberação. Durante a análise dos contratos, porém, o consórcio retirou o maquinário do canteiro de obras na Barra Funda.
Com a paralisação da construção, presidentes de escolas de samba passaram a pressionar o governo pela liberação das verbas - que ocorre agora, em um momento no qual o governo do PT mantém verbas congeladas em áreas essenciais do governo, como Saúde e Educação. Ao todo, Haddad congelou R$ 5,2 bilhões do orçamento de 2013.
Haddad, antes do descongelamento, também determinou que seja constituída uma comissão para estudar modelos de gestão para a Fábrica do Samba. O grupo terá dois representantes das secretarias de Governo, Trabalho e Empreendedorismo, Cultura e Turismo, além de um representante da Secretaria Especial de Promoção à Igualdade Racial. Em 60 dias eles precisam apresentar uma proposta para o gerenciamento do futuro complexo.
O prefeito já avisou que não quer o espaço loteado de forma desordenado pelas escolas, sem regras pré-definidas pelo governo. Projeto apresentado pela Prefeitura em 2005, com o objetivo de criar em São Paulo uma "cidade do samba" parecida com a que existe no Rio de Janeiro, a Fábrica do Samba da Barra Funda era para estar pronta desde 2010. A meta do projeto era acabar com os galpões precários das escolas, alguns embaixo de viadutos. Mesmo com o descongelamento de verbas, a obra não deve ser concluída até o carnaval de 2013, como admitiu o próprio Haddad em recente entrevista à Rádio CBN.
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