Helisul muda rota para reduzir barulho na zona sul no RJ

Fábio Grellet
24/07/2012 às 21:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:49

Três dias após mais um protesto de moradores da zona sul do Rio contra o barulho causado pelos frequentes voos de helicóptero na região, a Secretaria Estadual do Ambiente firmou um acordo com a empresa de táxi aéreo Helisul para restringir a circulação dessas aeronaves.

A Helisul é a maior operadora de voos turísticos na zona sul. Por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a empresa se comprometeu a abandonar três rotas, que passavam sobre Botafogo, Humaitá, Urca e Jardim Botânico, e alterar o trajeto de outras seis, deixando de privilegiar o sobrevoo de prédios para passar principalmente sobre o mar e a Floresta da Tijuca.

Além disso, a distância mínima que os helicópteros devem manter do solo aumentou de 500 para 1.000 pés. A Helisul também se comprometeu a restringir o horário dos voos, que passará a ser das 9 horas até o pôr do sol (atualmente, 17h30), a não sobrevoar a Enseada de Botafogo e a manter distância do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor, quando contornar esses pontos turísticos. Ao se aproximar da estátua, os helicópteros terão de respeitar a distância mínima de 600 metros (até então eram 100 metros).

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, acredita que as medidas permitirão reduzir 60% do barulho causado pelos helicópteros. Segundo ele, haverá dois programas de fiscalização. Um deles vai acompanhar a rota dos helicópteros. Outro irá monitorar o ruído em quatro pontos: Humaitá, Urca, Mirante Dona Marta (em Botafogo) e nas imediações do Hospital da Lagoa. A fiscalização dos ruídos será feita de forma ininterrupta por 60 dias.

"Foram dois meses de negociação", afirmou Luis Carlos da Rocha, diretor da Helisul. "Estamos voando mais alto, o que não vai prejudicar a beleza que o panorama da cidade proporciona ao visitante". O governo estadual espera que, a partir desse acordo, outras empresas de táxi aéreo passem a adotar as mesmas restrições. Para os integrantes do Movimento Rio Livre de Helicópteros Sem Lei, no entanto, um dos principais responsáveis pelo excesso de voos são integrantes do governo do Estado. O governador Sérgio Cabral (PMDB) costuma se deslocar de helicóptero para cumprir sua agenda.
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