A secretária-chefe de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou que vai iniciar negociações com líderes estudantis na terça-feira. Esta será a primeira reunião presencial entre o governo e estudantes, que realizam manifestações em favor da democracia no território desde o mês passado. Segundo Lam, o encontro terá duração de duas horas e será transmitido pela televisão. No início do mês, o governo cancelou uma reunião agendada para o dia 10 de outubro.
Lam, a segunda maior autoridade em Hong Kong, afirmou que cinco representantes do governo, incluindo ela, irão se encontrar com a Federação de Estudantes de Hong Kong em uma universidade de medicina na cidade. A reunião será organizada por Cheng Kwok Hon, diretor da Universidade de Lingnan.
A Federação de Estudantes de Hong Kong, grupo de estudantes de várias universidades que lidera os protestos, afirmou que só participará da negociação caso a polícia encerre as tentativas de retirar os manifestantes das ruas.
A federação iniciou um protesto pró-democracia no dia 26 de setembro em frente ao escritório do executivo-chefe de Hong Kong, Leung Chun-ying, após uma decisão do governo chinês de montar um comitê para analisar os candidatos ao governo da província semiautônoma em 2017. Atualmente, o executivo-chefe é escolhido por um comitê formado por 1.200 membros.
Lam deixou claro que o governo não está disposto a aceitar a demanda dos estudantes de que a população escolha os candidatos a executivo-chefe de Hong Kong. "Repito que a reforma política deve estar de acordo com a Lei Básica (a Constituição do território)", afirmou ela.
Conflitos em Mong Kok
Neste sábado, manifestantes reocuparam um importante cruzamento em Mong Kok, que havia sido aberto pela polícia ontem após uma noite de confrontos entre estudantes e autoridades. O número de ocupantes caiu pela manhã, mas vias importantes do bairro ainda permaneciam fechadas. Na noite de ontem, o número de manifestantes em Mong Kok chegou a 9 mil, de acordo com a polícia. Confrontos pontuais levaram a 33 prisões e deixaram 18 policiais feridos.
Entre os presos, esteve a fotojornalista norte-americana Paula Bronstein. Em entrevista ao Wall Street Journal, Paula afirmou que estava fotografando os conflitos para a agência Getty Images quando foi presa. Ela foi liberada hoje, após pagar fiança de US$ 38,70.
Ruas e avenidas em outros dois bairros, Causeway Bay e Admiralty, também permanecem fechadas, com manifestantes acampados durante a noite. Fonte: Dow Jones Newswires.
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