Hospitais de transição dão suporte na reabilitação de quem ficou com sequelas da Covid-19

Luiz Augusto Barros
@luizaugbarros
16/04/2021 às 18:47.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:42
 (Fernando Michel/Hoje em Dia)

(Fernando Michel/Hoje em Dia)

Em meio ao colapso no sistema de saúde, os hospitais de transição são mais uma saída para aliviar o caos. Em Belo Horizonte, o Paulo de Tarso, única instituição dessa modalidade em Minas, é uma das unidades que dão suporte ao SUS e à rede suplementar. 

Após dias nas terapias intensivas, muita gente deixa os hospitais ainda debilitada, precisando de acompanhamento depois da alta, principalmente por conta da circulação das novas cepas do coronavírus, mais agressivas e contagiosas, e que passaram a acometer os mais jovens.

Segundo o geriatra e diretor clínico Vinicius Lisboa, a busca por tratamento das sequelas cresceu consideravelmente neste ano, visto que em 2020 quase não havia procura. Ao todo, a unidade recebeu 25 pacientes para reabilitação pós-Covid e, atualmente, trata de outros seis.

Com 68 leitos públicos e 55 privados e um centro de reabilitação avançado, o hospital está pronto para receber ainda mais gente. “Temos 123 leitos, potencialmente poderíamos usar todos. Não tratamos só Covid, nos dividimos entre as outras doenças também, mas temos capacidade para receber bem mais pacientes”, garantiu o médico.

Caso de Cleber Alves de Souza, de 46 anos, que passou 13 dias internado por complicações do coronavírus - cinco deles em terapia intensiva. Por conta da enfermidade, o motorista de ônibus de turismo precisa da cadeira de rodas para se locomover. Às vezes, falta até fôlego durante os exercícios. 

“Faço de tudo. Fonoaudiologia, fisioterapia para os braços e pernas. Toda hora vem alguém no quarto conferir a saturação e a temperatura. Começo às 6h e tenho os horários todos certinhos”, contou.

Ainda recuperando aos poucos os movimentos das pernas após ser diagnosticado com a Síndrome de Guillain-Barré, que em alguns casos acomete os infectados pela Covid, a esperança de Cleber é terminar o tratamento em abril e voltar à antiga rotina. 

"A gente dá valor a tudo, a um copo d’água. Você se enxerga perdendo a vida. Quero voltar a andar seguro, pois estou com as pernas bambas ainda, como se tivesse corrido uma maratona".

Mesmo com algumas dificuldades, ele não desanima. “O pessoal dá um apoio tão grande que você quer viver de novo. Quando você está internado, o pensamento é de desistir, de se entregar. Mas aqui não”, garantiu.

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