(Lucas Prates)
A Samarco recebeu três novas multas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os autos de infração foram entregues na última terça-feira (1º). Uma das multas prevê cobrança diária de R$ 500 mil por a empresa não adotar medidas de segurança na região da mineração.
Outros valores cobrados pelo Ibama são de R$ 151 mil, por não apresentar medidas de segurança emergenciais a serem adotadas depois do rompimento da barragem de Fundão, e R$ 251 mil, por não realizar projetos de controle de erosão.
O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, região Central de Minas, completa um ano neste sábado (5). O desastre resultou na morte de 19 pessoas.
O Ibama informou que aplicou as multas porque a empresa deixou de atender exigências legais, como a contenção de rejeitos e a não apresentação de documentos e projetos de recuperação ambiental. A mineradora já foi multada pelo instituto outras dez vezes.
Desta vez, a multa de maior valor – R$ 500 mil por dia – se refere ao fato de a empresa não ter adotado medidas de precaução ou contenção em relação ao rejeito que está acima do Dique S3, além de não ter concluído o alteamento da estrutura antes do período chuvoso.
Em nota, a Samarco confirmou a notificação a respeito da multa e disse que “estuda as medidas cabíveis”. A respeito do sistema de diques, a empresa informou que “iniciou no final de setembro a instalação do Dique S4, estrutura complementar ao sistema principal de retenção de sedimentos. No total, além do S4 (em obras) o sistema contempla os diques S1, S2 e S3. O dique S3, no momento, passa por obras de alteamento para ampliar em 800 mil metros cúbicos a sua capacidade. Com o alteamento, a capacidade do S3 passará de 2,1 milhões de metros cúbicos para 2,9 milhões de metros cúbicos. Adicionalmente, a Samarco está construindo a barragem de Nova Santarém. As obras se encontram em estágio avançado e serão concluídas até o final de dezembro”, complementa a nota.
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