Das cinco principais regiões metropolitanas do Brasil, a de Belém, com seis municípios e 2,1 milhões de habitantes, é a que tem maior proporção de aglomerados subnormais em seu espaço urbano, segundo a pesquisa "Aglomerados Subnormais - Informações Territoriais", baseada no Censo 2010. Mais da metade de sua população vivia nessas áreas em 2010.
A capital concentra maior número de domicílios nessas condições, 66%, e eles tendem a ocupar terrenos de grande extensão. A área central da cidade é a de melhor oferta de serviços e infraestrutura e é a mais valorizada também por ser seca (a região é cortada por rios, riachos e canais).
Os aglomerados fixaram-se primeiro nas proximidades do centro, e mais recentemente em bairros mais distantes, destinados à habitação pelo governo, porém de estrutura menos desenvolvida. São comunidades muito adensadas, com pouco espaçamento entre as residências.
As casas mais precárias, em geral palafitas, ficam em áreas alagadas, para as quais a população mais pobre foi "empurrada" por causa do alto preço do metro quadrado nas zonas mais nobres. Em períodos de chuva, a água invade as residências, que não contam com saneamento básico. Os moradores são, em grande parte, migrantes que se deslocam do interior do Pará para Belém em busca de emprego.
Marituba, cidade-dormitório da Região Metropolitana, tem a mais elevada proporção de moradores em aglomerados subnormais do País: 77,2% da população. É um município de alta densidade demográfica e que exporta sua mão-de-obra para Belém, distante onze quilômetros, por não oferecer postos de trabalho suficientes.
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