Se dependesse do presidente do Pontifício Conselho para a Família, o arcebispo italiano Vincenzo Paglia, a Igreja não mudaria a pastoral com relação aos divorciados e recasados, que são proibidos de participar dos sacramentos da penitência e da eucaristia. O arcebispo Vincenzo deixou clara a posição, ao falar sobre a questão nesta quarta-feira, 6, na Catedral da Sé e em uma palestra para agentes de pastoral familiar, na véspera, em São Paulo.
"Essa é a minha opinião, mas a decisão será do Sínodo dos Bispos, que se reunirá em Roma, em outubro de 2014, para refletir sobre os desafios pastorais sobre a família, no contexto da evangelização", disse, ao lado do cardeal d. Odilo Scherer. "Acho mais importante a Igreja preocupar-se com os idosos e com as crianças do que com o acesso dos recasados à Eucaristia, uma questão que volta sempre, quando se fala dos casais de segunda união."
Nesta terça-feira, 5, o arcebispo preferiu falar sobre a acolhida aos divorciados e ao papel que podem desempenhar - por exemplo, a coordenação de cursos de noivos, "para mostrar aos que se casam o que devem fazer para não cometer os mesmos erros". Um texto preparatório para o Sínodo, distribuído nesta terça-feira pelo Vaticano, pede às dioceses e paróquias do mundo que respondam a um questionário de 38 itens sobre a situação da família nos países.
A Igreja quer saber como os fiéis reagem às posições oficiais em relação ao divórcio, educação dos filhos, casamento de homossexuais e adoção de crianças por casais do mesmo sexo. "Ao longo dos séculos, vem mudando a maneira de viver a família, embora os princípios da instituição sejam os mesmos", advertiu.
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