Imóvel mais caro: estoque despenca e provoca disparada no preço de unidades novas na capital

Paulo Henrique Lobato
phlobato@hojeemdia.com.br
02/03/2020 às 19:55.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:49
 (FLAVIO TAVARES/ARQUIVO JORNAL HOJE EM DIA)

(FLAVIO TAVARES/ARQUIVO JORNAL HOJE EM DIA)

O preço médio do metro quadrado dos apartamentos novos em Belo Horizonte fechou 2019 em R$ 8.272, 7,21% maior que o de 2018 (R$ 7.716). O percentual é quase o dobro da inflação (4,31%) no acumulado do ano passado.

Tendência é de que o preço suba ainda mais em 2020. Isso porque o estoque para vendas despencou 18,65% em relação ao exercício anterior , de 3.834 unidades para 3.119 imóveis. “A expectativa é que o estoque chegue ao fim de 2020 menor ainda”, avaliou Renato Michel, vice-presidente da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Minas Gerais (Sinduscon-MG).

Para a economista da entidade, Ieda Vasconcelos, “considerando o atual volume de oferta de imóveis novos na cidade (3.119 apartamentos), e o total de vendas em 2019 (3.150 unidades), se não acontecer um aumento expressivo no volume de lançamentos, pode vir a faltar apartamentos novos em cerca de um ano”.

A disparada no preço se deve a vários fatores, como a queda no número de lançamentos, que foi de 15,5% entre 2019 e 2018. Isso, por sua vez, se deve a uma combinação de motivos.

Um deles é a falta de terrenos para novas edificações. Belo Horizonte é uma cidade com extensão territorial considerada pequena, de 331 quilômetros quadrados. A título de curiosidade, São Paulo tem 1,5 mil quilômetros quadrados e o Rio de Janeiro, 1,1 mil.

Outro fator é a mudança no Plano Diretor da cidade, que instituiu a chamada outorga onerosa para quem desejar construir acima do coeficiente 1.0. Na prática, cada construção pode ter a mesma área do terreno. Se passar desta metragem, paga uma taxa, a outorga onerosa.

A indecisão quanto à votação do Plano Diretor, que foi aprovado pela Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito Alexandre Kalil no segundo semestre do ano passado, postergou o início de obras. Tanto que de todos os lançamentos na Grande BH, a capital respondeu por percentual de apenas 36%. 

Diante da tendência de novas altas no metro quadrado, é, natural que muitas famílias que planejam comprar imóveis na cidade migrem para municípios da região metropolita.

Em Contagem, por exemplo, o valor do m² caiu 4,72% e fechou 2019 em R$ 4.059. Em Betim, ficou estável, com alta de 0,63% (R$ 3.683). O mesmo ocorreu em Santa Luzia, com avanço de 0,55% (R$ 3.308).

BH foi a cidade brasileira que mais gerou empregos na construção civil em 2019: 10.481 vagas; São Paulo ficou em segundo no ranking, com 6.541 postos de trabalho

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