Um novo imbróglio no canteiro de obras do Trecho Leste do Rodoanel, em São Paulo, agora envolvendo um macaco hidráulico, põe em xeque até mesmo a entrega parcial dos 43,8 quilômetros de estrada entre o Trecho Sul, em Mauá, e Via Dutra, em Arujá, dentro do prazo, em março do ano que vem.
Ao menos os 8 quilômetros entre a Dutra e a Rodovia Ayrton Senna não ficarão prontos a tempo e a previsão era conclui-los até junho. O atraso virou alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE). A concessionária SPMar disse que a demora da autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) atrasou esse trecho da obra, que deve começar em janeiro.
Agora, ela diz que a entrega dos 35,8 quilômetros também está ameaçada porque aguarda há dez dias uma autorização da Braskem para colocar um macaco hidráulico no terreno da empresa em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, para concluir o trecho que passa sob a Linha 10-Turquesa da CPTM.
"Hoje (nesta quinta-feira), depois de inúmeros pedidos de autorização para entrar no terreno e executar a obra, a concessionária recebeu a informação de que o processo só será verificado em janeiro", informou a SPMar, que terá de pagar multa de R$ 400 mil por dia de atraso. "Esta burocracia, que é completamente alheia à vontade da construtora, pode comprometer em mais de um mês o cronograma."
Em nota, a Braskem afirmou que, "por questões de segurança, solicitou à construtora a interrupção das atividades no local de forma a avaliar o processo mais adequado de posicionamento dos equipamentos de estaqueamento". Segundo a empresa, uma reunião hoje com técnicos do Rodoanel vai definir quais procedimentos serão tomados pela Braskem.
Outorga
A SPMar venceu a concorrência do Trecho Leste oferecendo a menor tarifa de pedágio para operar o Trecho Sul (o valor atual é de R$ 2,60 por eixo) e o maior valor de outorga. Em março de 2011, a empresa pagou R$ 389 milhões ao governo paulista para manter e explorar o Trecho Sul, que foi construído pela estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), e construir e operar com pedágio o Trecho Leste por 35 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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