A nova fase da “Lava Jato”, batizada de “Aletheia”, e a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiveram grande repercussão nessa sexta (4) na imprensa internacional. A operação da Polícia Federal foi manchete da edição espanhola do portal do El País, dos diários franceses Le Monde e Le Figaró, do alemão Deutsche Welle e do britânico The Guardian.
Um dos mais importantes jornais do mundo, o The New York Times destacou o assunto na capa da edição on-line com a informação de que “policiais invadiram a casa de Lula, em São Paulo”, chamando de “colossal” o esquema de corrupção na Petrobrás. “Lula continua a exercer influência considerável na capital, Brasília. É uma das figuras mais poderosas do Brasil”, afirmou a reportagem.
Em outra matéria, o diário americano chamou atenção para o impacto da suposta delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do interrogatório de Lula no mandato de Dilma. “Presidente do Brasil, Rousseff, que enfrenta um esforço pelo impeachment, é inundada por mais notícias ruins”, dizia o título.
Assim como o The Guardian, que afirmava que a nova fase da “Lava Jato” “provavelmente vai elevar a pressão sobre o governo Dilma Rousseff, que já está lutando contra um pedido de impeachment, recessão econômica e a epidemia de zika”.
A emissora britânica BBC News publicou notícia urgente na página em inglês sobre o tema com o título: “Polícia do Brasil faz buscas na casa de Lula”.
As versões eletrônicas do El País e do Deutsche Welle noticiaram também as buscas na residência de um dos filhos do ex-presidente, Fábio Luiz Lula da Silva. O portal alemão colocou a delação de Delcídio como a causa do “terremoto político” no Brasil.
O francês Le Figaró chegou a utilizar a expressão “sob custódia” para explicar a condução coercitiva de Lula. Já a chamada do Le Monde dizia que “autoridades têm provas de que ele (Lula) se beneficiou da corrupção organizada dentro Petrobras”.
“Mãos limpas”
Na Itália, o Corriere della Serra comparou a operação Lava Jato à operação Mãos Limpas, investigação nos anos 1990 que desvendou um esquema de corrupção e levou ao desaparecimento de uma série de partidos políticos.
“A Mãos Limpas brasileira chega ao coração do poder e derruba um mito”, escreveu o jornal. Com agências