(Luiz Costa/Hoje em Dia)
A inadimplência em Belo Horizonte diminuiu a partir do segundo semestre deste ano, em julho, e manteve o ritmo de queda até o mês de outubro. A constatação é de pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), por meio de dados do Indicador de Inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Se comparada ao mesmo período do ano passado, a queda média foi de 1,16%. Apesar de o número não ser muito expressivo, ele representa um cenário que pode ter continuidade, na opinião do vice-presidente da CDL/BH, Marco Antônio Gaspar.
“A tendência é a de que o número de inadimplentes continue diminuindo e, em 2018, a expectativa é que consigamos sair dessa crise. E essa queda no percentual de inadimplentes pode chegar a dois dígitos (ou seja, igual ou superior a 10%)”, avalia.
De acordo com Marco Antônio, o consumidor tende a limpar o nome nessa época do ano, mas isso não estava ocorrendo nos anos anteriores, por falta de dinheiro.
Para Marco Antônio, os saques das contas inativas de FGTS, realizadas a partir do primeiro semestre, também foram importantes para a redução da inadimplência.
“Com a proximidade do fim do ano, os inadimplentes buscam recuperar o crédito, tendo em vista as compras de Natal”, afirma o presidente da CDL/BH, Bruno Falci.
De acordo com o estudo, o número de belo-horizontinos com débitos em atraso recuou em 0,87% em outubro deste ano comparado ao mesmo mês do ano anterior. Se os números de outubro forem comparados com setembro, há um crescimento de 0,61% no número de pessoas inadimplentes em Belo Horizonte. No entanto, o número é resultado de uma ação isolada.
RICARDO BASTOS/ARQUIVO HOJE EM DIA / N/ACRÉDITO - Bruno Falci: "Com a proximidade do fim do ano, inadimplentes tendem a limpar o nome"
“Setembro foi uma base forte de comparação, pois contou com a realização do 3º Mutirão de Negociação de Dívidas do Procon BH, que possibilitou renegociação dos débitos em melhores condições para muitos consumidores”, explica Falci.
Ao estratificar a pesquisa por faixa etária, é possível constatar que os mais jovens (de 18 a 24 anos) permanecem como os menos endividados. Entre eles, o índice de inadimplência caiu 25,42%, enquanto que a quantidade de devedores com idade acima de 50 anos apresentou alta de 20,4%. Essa discrepância pode ser explicada pela entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho.
Por outro lado, quando a divisão é por gênero, os homens têm reduzido as dívidas mais rapidamente. Entre o público masculino houve queda da inadimplência de 1,55% e entre o feminino a redução foi de 0,74%. Na avaliação do presidente da CDL/BH, isso é reflexo de uma dificuldade maior das mulheres retomarem os postos de trabalho.