Depois de dois anos em queda, a inadimplência no ensino superior voltou a subir. O número de mensalidades com atraso de mais de 90 dias cresceu 7,9% no primeiro semestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011 no Brasil. Se for considerado apenas o Estado de São Paulo, o crescimento foi menor: 6,5%.
Os números são de um levantamento divulgado nesta terça-feira (16) pelo Semesp, o sindicato das mantenedoras de São Paulo. Uma tendência que deve ser mantida no segundo semestre, afirma Carlos Monteiro, da CM Consultoria, "Como a maioria dos cursos é semestral, o provável é que se repita a performance", diz.
Apesar do aumento da inadimplência, o setor tem índices menores de endividamento que o total das pessoas físicas, considerando todos os setores da economia, que subiu 21% no período de comparação.
Segundo o diretor do Semesp, Rodrigo Capelatto, o aumento da inadimplência é efeito do aquecimento econômico dos anos anteriores. "As pessoas se endividaram e agora não conseguem arcar com as contas."
A melhor situação do ensino superior em relação ao restante da economia, afirma ele, deve-se ao aumento exponencial do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Desde 2010, as mudanças das regras para que os universitários consigam estudar financiados pelo governo fizeram com que o Fies crescesse 1.150%. O número de contratos era de 32 mil em 2009 e deve chegar a 400 mil neste ano. Resultado da queda dos juros de 6,5% para 3,4% ao ano e da maior carência para início do pagamento, que cresceu de 12 para 18 meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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