Incrédulos, torcedores lamentam sonho do Mundial interrompido

Gláucio Castro - Hoje em Dia (*)
19/12/2013 às 08:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:54
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

MARRAKESH – Faltaram explicações, sobraram lágrimas. Parecia inacreditável quando o Atlético perdia, por 2 a 1, para o modesto Raja Casablanca, do Marrocos. E piorou. Tomou o terceiro gol, quase uma goleada. “Verdade?”, perguntava uma torcedora que deixava o Grande Estádio de Marrakesh decepcionada com o que via.

De sensação na cidade do Norte da África, nas últimas semanas, o Galo vai amanhecer hoje de cristas baixas. Além da desclassificação precoce, a derrota para os donos da casa acabou com o sonho alvinegro de enfrentar a maior sensação do futebol mundial na atualidade: o Bayern de Munique. A partir de hoje, os alemães passam a ser os donos do pedaço em Marrakesh.

Lembrou o Mazembe, talvez o Maracanazo. A classificação dos marroquinos surpreendeu. Era algo inacreditável até o encerramento do jogo. “Faltou raça, vontade de ganhar e entrega, coisas que o Raja teve de sobra”, desabafou Márcia Regina, de 60 anos, do bairro Ipiranga, em BH.

Análises

O filho dela, Rony Augusto, de 31, que vive em Brasília, arriscou até uma análise tática para tentar explicar o que o técnico Cuca e seus comandados levarão muito tempo para entender. “O toque de bola, principal característica do Atlético, foi ineficiente. Além disso, o Tardelli não estava bem. Tinha que ter sido substituído no intervalo”, avaliou.

Enrolado na faixa com a frase “O Horto é aqui”, que exibia com empolgação antes da partida, Ricardo Foureaux, do Jardim dos Pirineus, na capital mineira, foi enfático. “A verdade é que o Atlético não sabe jogar longe do Independência. É simples assim”, resumiu. “Foi assim na Libertadores inteira. É um time medroso”, completou, desolado.
Enquanto os marroquinos faziam festa no gramado, alguns pedindo até a chuteira de Ronaldinho Gaúcho para guardar de lembrança, os atleticanos que tiveram força para permanecer no estádio, assistiam às cenas atônitos, calados, recolhendo as faixas e bandeiras.

Muitos não contiveram as lágrimas. “Chorar faz parte. Futebol é assim. Mas é difícil de aceitar essa desclassificação para o Raja”, lamentou o economista André Rocha, do Jaraguá, em Belo Horizonte.

“O Atlético simplesmente não jogou. Achou que ia chegar a vencer quando quisesse. Não acreditou no Raja. Não lembrou que o futebol tem surpresas. Faltou humildade. Mas ano que vem tem mais”, projetou Carlos Eduardo, que deixou o bairro Serra, em BH, sonhando em voltar com mais um caneco para a galeria de Lourdes.

(*) Enviado Especial

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