Ângela Mathylde Soares*
A educação transforma vidas, contudo, proporcionar melhores oportunidades para jovens requer um ensino de qualidade. O Ministério da Educação (MEC) implementa projeto para aprimorar o conhecimento de professores que, na verdade, são os responsáveis por garantir essas mudanças.
O programa inclui ações de formação continuada para aqueles que atuam na educação básica, incluindo o ensino infantil, fundamental e médio. A medida surge após dados preocupantes sobre a educação brasileira. De acordo com o MEC, o nível de alfabetização de crianças, em 14 estados dos 26 existentes, é considerado abaixo da média nacional. As estatísticas são do ano de 2023, quando a média era 56%, período em que outros dez estados se encontravam com uma porcentagem igual ou superior a essa taxa.
Os resultados são considerados alarmantes há alguns anos. Em 2021, um ano após o início da pandemia, um levantamento da ONG Todos pela Educação, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 40,8% das crianças, entre 6 e 7 anos, não sabiam ler e nem escrever. Em 2019, o número de pequenos, na mesma faixa etária, não alfabetizadas, era de 25,1%, sendo que dois anos depois os valores saltaram para 65,6%.
Outra novidade está na criação de um comitê para facilitar o contato entre as unidades da federação, medindo a eficiência e efetividade das ações. A situação é um dos grandes problemas na educação nacional, uma vez que o Brasil é um país continental com diferentes realidades regionais, sendo necessária atenção especial, porém, sem qualquer meio unificado para explorar as necessidades individualmente.
Ser professor significa ensinar e, também, aprender constantemente novas técnicas para aprimorar os conhecimentos dos alunos e facilitar a aprendizagem, considerando as particularidades. É por isso que a criação de uma rede para ampliar as competências dos profissionais é tão necessária, destacando a importância da especialidade para formação dos discentes, como também para o futuro do país.
Quanto melhor é a educação, desde a base, na chamada primeira infância - de 0 a 6 anos -, melhores tendem a ser os resultados para os jovens no futuro, pois estão no período que mais desenvolvem habilidades.
A notícia positiva faz parte de uma série de decisões governamentais para aprimorar a qualidade das escolas brasileiras, juntamente com as mudanças no ensino médio, assim como a proibição de celulares em ambiente escolar. Dessa forma, os alunos podem se dedicar mais aos estudos e ao desenvolvimento de outras habilidades, decorrentes do convívio entre diferentes pessoas.
* Neurocientista, psicanalista e psicopedagoga