'Independence Day: o Ressurgimento', sequência do filme de 1996, aposta nas novas gerações

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
22/06/2016 às 18:07.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:00
 (FOX/DIVULGAÇÃO)

(FOX/DIVULGAÇÃO)

No primeiro filme, lançado há 20 anos, a ideia era reunir várias raças e credos – do aviador negro vivido por Will Smith ao pai judeu – a um discurso militarista em prol da defesa do planeta. Em “Independence Day: o Ressurgimento”, uma das estreias de hoje (23) nos cinemas, o roteiro enfatiza as relações entre pais e filhos.


O que poderia enriquecer um pouquinho uma ficção científica que, apesar de seu sucesso em 1996, explorou mais a sua catarse destrutiva, não consegue fugir muito do buraco narrativo do primeiro “ID”, com soluções simplórias e personagens mal desenvolvidos – mero adereço, novamente, para as cenas de explosões.


Três irmãos que perderam seus pais e que conduzem um veículo na estrada, fugindo sem saber para onde dos alienígenas invasores, surgem sem muito propósito a não ser fazer daquele judeu um herói mais uma vez. Will Smith não quis participar da continuação e seu personagem ganhou um filho tão destemido quanto ele.


Há também a piloto de caça, filha do ex-presidente (Bill Pullman), que também carrega os genes da coragem. Liam Hemsworth (irmão de Chris, o Thor dos Vingadores) perdeu os pais no primeiro ataque e se transforma num rebelde como o Tom Cruise de “Top Gun – Ases Indomáveis” (1986), sem medo de arriscar a própria vida.


Por sinal, as referências a clássicos do gênero são várias e, no lugar da homenagem, dão a impressão de paródia. O que dizer do contra-ataque de alguns poucos aviões no interior da nave-mãe, copiado descaradamente de “Star Wars”? Outro desacerto é se valer do humor a partir de personagens gays, mostrados de forma caricata.


Outros momentos de comicidade são involuntários, como dar características humanas aos ETs, ressaltando sua perversidade. O que poderia “salvar” o filme é o elemento ação, que está ligeiramente melhor trabalhado – só o fato de não se resumir a ataques vindos do céu (algo que todo filme de herói faz hoje em dia) já é um alento.


O diretor alemão Roland Emmerich também promoveu uma mudança de discurso, não exageradamente militarista. Ele está mais otimista, em relação à humanidade. Pullman conclama todos ressaltando que, nessas duas décadas, as pessoas conseguiram trabalhar juntas, apesar de todos os problemas.


É aí que talvez se explique a necessidade de estabelecer linhas sucessórias, que, além de garantir muitas continuações à franquia, exibe um – discutível –estágio próximo à perfeição entre as futuras gerações. É como se nossa beligerância, refletida nos alienígenas, desse lugar a um planeta exemplar, como aponta o the end.

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