Iniciação científica nas universidades está menos elitista, diz estudo

Marina Azaredo
29/11/2013 às 09:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:27

O perfil do aluno de iniciação científica da região Sudeste do Brasil está mudando. A maioria estuda no período noturno (70,4% da rede pública e 54,7% na rede privada) e quase metade (48,5%) tem renda familiar entre três e dez salários mínimos. Os dados são de um levantamento feito pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superios do Estado de São Paulo (Semesp) que será divulgado nesta sexta-feira (29), no 13.º Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), evento na Faculdade Anhanguera de Campinas.

"Até anos atrás, a iniciação científica nas universidades era algo totalmente elitista. Os dados mostram que isso está em processo de mudança, com inclusão das classes mais baixas na pesquisa", afirma Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp. O Perfil do Aluno de Iniciação Científica da Região Sudeste do País mostra também que mais de um terço dos alunos já trabalhou ou trabalha 40 horas semanais. A proporção é quase igual nas redes privada e pública de ensino (37,3% e 36,5%, respectivamente). Isso é outro indicativo de que esses alunos são de classes mais baixas, já que universitários de famílias mais abastados costumam ter dedicação exclusiva aos estudos.

Entre os cursos universitários, os que apresentaram mais alunos na iniciação científica foram as Engenharias, seguidos por Administração, Direito, Computação e Informática e Biomedicina. Entre os pesquisadores iniciantes da rede pública, 46,2% são de cursos de Engenharia e Tecnologias. Já entre os alunos das privadas a maior parte é de cursos de Ciências Biológicas e da Saúde: 32,5%.

A pesquisa apontou também que a maioria dos estudantes não tem bolsa de estudo. Na rede privada 45.6% dos alunos declararam não utilizar nenhum tipo de financiamento. Na rede pública, o número é ainda maior: 61,5%. Apenas 5,9% dos alunos de iniciação científica da rede privada contam com bolsas de estudo e pesquisa concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Nas públicas, esse porcentual é de 16,4% "Ainda falta incentivo das agências oficiais para a iniciação científica no Brasil", opina Capelato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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