O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, informou nesta quinta-feira (29) que a equipe da ONU que está investigando supostos ataques com armas químicas na Síria deverá deixar o país no sábado pela manhã.
"Eles continuarão as atividades de investigação até amanhã, sexta-feira, e sairão da Síria no sábado pela manhã e se reportarão a mim assim que deixarem o país", disse Ban a jornalistas.
Ele acrescentou que compartilhará os resultados "e nossa análise das amostras e evidências" com os membros do Conselho de Segurança da ONU e todos os países da ONU.
Ban também afirmou que conversou na quarta-feira com o presidente dos EUA, Barack Obama, tendo em vista que os Estados Unidos parecem estar se aproximando de um ataque militar. "Eu manifestei o meu desejo sincero que esta equipe de investigação receba autorização para continuar o seu trabalho, como mandam os Estados membros", disse o chefe da ONU.
"Discutimos como a ONU e o mundo podem trabalhar juntos particularmente com os Estados Unidos [e] como podemos agilizar o processo de investigação", acrescentou.
Em diversas ocasiões, Ban se mostrou contra a ação militar na Síria. Por outro lado, EUA, Reino Unido e França tem pressionado por uma intervenção no país do presidente Bashar Assad, e enfrentam a oposição dos outros membros do Conselho de Segurança da ONU, Rússia e China.
Na quarta-feira, Obama disse que ainda não tinha tomado uma decisão sobre lançar um ataque militar na Síria, embora tenha alertado, no passado, que o uso de armas químicas na Síria cruzaria um limite para os EUA.
"A diplomacia deve receber uma chance... A paz [deve] deve receber uma chance", disse Ban. "É importante que todas as diferenças de opinião sejam resolvidas por meios pacíficos e pelo diálogo".
Mas ele acrescentou que "o uso de armas químicas por qualquer um, por qualquer razão, em qualquer circunstância, é um crime contra a humanidade e isso deve ser responsabilizado."
Uma equipe de inspetores da ONU tem investigado um suposto ataque com gás venenoso perto de Damasco. O ataque teria ocorrido em 21 de agosto e a oposição síria diz que a ofensiva pode ter matado centenas de pessoas.
O governo de Bashar Assad e a oposição se acusaram mutuamente sobre o ataque, que, se confirmado, é o pior incidente com tais armas desde que Saddam Hussein atacou os curdos iraquianos em 1988. Fonte: Dow Jones Newswires.
http://www.estadao.com.br