Em viagem ao Japão, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, deu entrevista ao jornal Clarín sobre a recente crise política no Brasil e falou sobre as repercussões que podem ocorrer na Argentina devido as investigações da Polícia Federal brasileira sobre a Odebrecht.
Macri afirmou que não conversou com o presidente Michel Temer, pois passou "muito pouco tempo" dos fatos e que confia nas instituições brasileiras. "Elas funcionam e são verdadeiramente independentes, não são como na Venezuela", disse.
O presidente argentino também disse que ainda não é possível comentar sobre as consequências econômicas da crise política e que o Brasil havia "começado a crescer no primeiro trimestre".
"O chefe de Estado argentino está fora do país há quase nove dias e no meio da viagem irrompeu o escândalo no Brasil, obrigando-o a falar sobre tópicos fora de sua agenda. Conversou várias vezes pro telefone com Marcos Peña (Chefe de Gabinete de Ministros do governo) e manteve reuniões fechadas com Susana Malcorra (ministra de Relações Exteriores). Nenhum funcionário vai afirmar publicamente, mas as lideranças da Casa Rosada já avaliam a hipótese de que Michel Temer deixará de ser presidente logo mais", destacou o Clarín.
Ele também foi questionado em relação as investigações sobre a Odebrecht e se elas podem chegar à Argentina. Segundo o jornal "Macri não se mostra surpreendido com a possibilidade, no qual, entre outros, foi denunciado por envolvimento seu primo Angelo Calcaterra".
Macri assegurou que não há "nenhuma possibilidade" de que o caso atinja funcionários de sua equipe, mas comentou que "não há dúvidas de que a Odebrecht trabalhou na Argentina e não acredito que a empresa tenha mudado seu modus operandi", atribuindo aos governos antecessores kirchneristas como "acostumados com esse tipo de trabalho".
No entanto, o presidente argentino afirmou que não é necessário falar da Odebrecht para saber que "era óbvio que na Argentina havia casos de propina". "Isso é uma obviedade", comentou.