Ipem/MG caminha para acreditar certificadora no estado

Jornal O Norte
01/09/2008 às 16:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:42

Valéria Esteves


Colaboração para O NORTE

Certificação de café é o novo passo que o Ipem/MG- Instituto de Pesos e Medidas de Minas Gerais- órgão delegado do Inmetro no Estado - dará. Conforme o diretor geral, Tadeu Mendonça, o Instituto receberá nos próximos dias recursos oriundos da Fapemig (Fundação de Amparo a Pesquisa) para desenvolvimento do Projeto de Acreditação de OCP- Organismo de Certificação de Produtos.

Tadeu Mendonça afirma que este projeto propõe ação inovadora e ousada, que trará para o Estado a abertura dos mercados nacional e internacional, gerando divisas e trazendo desenvolvimento para o sistema produtivo mineiro.

Segundo ele, o projeto é técnico e metodologicamente elaborado atendendo requisitos  de certificação nacionais e internacionais, sob a coordenação da diretora da qualidade de bens e produtos do Instituto, Adriane Lacerda Barbato Cunha. O diretor geral informou ainda que a acreditação da certificadora é parte integrante do Projeto Estruturador do governo de Minas Gerais – CertificaMinas - e vai de encontro à demanda da sociedade mineira.

Vale lembrar que os recursos para a acreditação da certificadora, Certipem, são oriundos de convênio firmado entre o Ipem/MG e Fapemig, sendo que a secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais atuou como interveniente do processo.

PRODUÇÃO

Em Minas Gerais, que concentra metade da produção nacional, existem vários programas em direção ao melhoramento do café.-Busca-se uma produção mais econômica e otimizada, mas também existe uma forte pressão da sociedade pela preservação ambiental- explica Paulo Gontijo, gerente do programa de pesquisa em cafeicultura da Epamig- Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, outra parceira da Embrapa no Projeto Genoma.

Segundo Gontijo, 24 pesquisadores trabalham em tempo integral no projeto. Eles estão locados nas universidades – UFLA- Universidade Federal de Lavras e UFV- Universidade Federal de Viçosa– e em cinco fazendas experimentais no estado de Minas.

Em 2006, o grupo trabalhou em 68 projetos em diversas áreas, da questão genética e melhoramento do cafeeiro à climatologia. No que diz respeito ao melhoramento genético, o programa concluiu o melhoramento das variedades rubi, topázio, acaiá e cerrado.

- Elas se mostraram adaptadas às diferentes regiões cafeeiras do estado. Possuem rusticidade, uniformidade de maturação e são adaptadas à colheita mecânica, característica que lhes confere valor especial, explica Gontijo. Essas variedades continuarão a ser melhoradas e devem trazer ganhos de produtividade de 1% ao ano.

PESQUISA

Por todo o Brasil, institutos e universidades buscam soluções para melhorar o plantio do café brasileiro. Desde 2004, o país detém o maior banco de dados sobre o genoma do café. O projeto genoma café é uma iniciativa do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBPD/Café), que reúne mais de 40 instituições de pesquisa e é coordenado pela Embrapa Café. No Projeto Genoma, especificamente, nove delas estão diretamente envolvidas.

O banco contém mais de 200 mil seqüências de DNA, o que permitiu a identificação de cerca de 30 mil genes de expressão. -Que são os que apresentam maior tolerância à seca e mais resistência às pragas- explica Gabriel Ferreira Bartholo, gerente-geral da Embrapa Café. Agora, os técnicos passaram para a segunda fase, na qual eles checam se esses genes promovem resistência a fatores externos. -Queremos identificar quais são os genes que interferem no florescimento e na maturação, visando a melhoria da qualidade do fruto- explica Bartholo.

Existem mais de 100 tipos de café, mas apenas dois são plantados comercialmente, o arábica e o robusta. -Só que essas outras tantas variedades podem carregar genes que podem ser usados no melhoramento genético desses dois tipos comerciais - explica o gerente da Embrapa Café.

Os cafeicultores brasileiros comercializaram 83% da safra 2007/2008 até o final de fevereiro, segundo levantamento feito pela consultoria Safras & Mercado. O ritmo de negociação está mais acelerado que no mesmo período do ciclo passado, quando 72% do total tinham sido escoados. A Safras estima que a colheita de café deve ficar em 37,1 milhões de sacas de 60 quilos. Os números estão acima dos volumes projetados pela Conab- Companhia Nacional de Abastecimento, de 33,7 milhões de sacas.

AVALIAÇÃO

A ABIC- Associação Brasileira da Indústria do Café aponta que o consumo interno aumenta desde a década de 90, passando de 8.2 milhões para 16.9 milhões de sacas do grão. Otimista, a ABIC espera que esse número evolua ainda mais durante esse ano e atinja o patamar de 17.4 milhões de sacas.

Enraizado na cultura brasileira, o café é uma referência da agricultura nacional, e tem alcançado reconhecimento internacional também, fato que fica comprovado quando o Brasil se apresenta  como o maior produtor mundial, atingindo 30% do mercado.

Para especialistas o café é uma bebida que proporciona momentos de interação entre as pessoas e, muitas vezes, é a única hora do dia em que se pode deixar os afazeres de lado e ter uma boa conversa com os amigos.

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