ALMATY - O Irã quer que seja reconhecido seu direito de enriquecer urânio na negociação que manterá nesta sexta-feira (6), em Almaty, Cazaquistão, com as grandes potências sobre seu polêmico programa nuclear, afirmou nesta quinta-feira (5) o chefe da delegação de negociadores iranianos, Said Jalili.
"Consideramos que podem as negociações poderão ser abertas amanhã com uma frase, a que se aceitará o direito do Irã, em particular seu direito de enriquecer urânio", declarou Jalili em um discurso em Almaty.
"Esperamos que em Almaty não se repita a amarga experiência vivida durante os 34 anos após a nossa revolução", acrescentou.
Jalili minimizou as possibilidades de êxito de seu encontro bilateral com a chefe da delegação americana, a subsecretária de Estado Wendy Sherman, enquanto Washington espera negociações diretas há anos.
"O que a nossa nação espera, é que os Estados Unidos corrijam seu comportamento, e não apenas com palavras. Amanhã em Almaty enfrentaremos mais uma prova", ressaltou Jalili.
"Os que vêm para negociações devem vir com este pensamento, e não com ameaças dizendo que todas as opções estão sobre a mesa. Isso contradiz o bom senso", acrescentou.
Na última reunião de Almaty, em fevereiro, os países do Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã Bretanha mais a Alemanha) apresentaram uma nova oferta a Teerã, depois de quase oito meses de paralisação das conversações.
A oferta previa à "suspensão", ao invés do "fim", das atividades de enriquecimento de urânio a 20% no Irã e a flexibilização de algumas sanções sobre o comércio de ouro e o setor petroquímico iranianos.
Nesta ocasião, Teerã declarou ser favorável à suspensão do enriquecimento a 20%, mas contra as outras exigências, particularmente quanto ao fechamento do sítio de enriquecimento de Fordo, considerado o único do país a salvo de um ataque militar, e o envio de suas reservas de urânio enriquecido a 20% ao exterior.