Israel e Estados Unidos não concordam sobre programa nuclear do Irã

Folhapress
24/10/2013 às 15:56.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:37

SÃO PAULO - O ministro de Relações Estratégicas de Israel, Yuval Steinitz, admitiu nesta quinta-feira (24) a existência de "pequenas divergências" entre o Estado hebreu e o governo dos Estados Unidos a respeito da crise provocada pelo programa nuclear iraniano.    "De forma geral estamos de acordo com os americanos sobre o objetivo final, que é impedir que o Irã tenha armas nucleares, mas quanto aos meios para alcançá-lo, às vezes existem pequenas divergências", disse Steinitz. Durante uma vista aos Estados Unidos, Steinitz não explicou quais seriam as divergências.    Mas ele destacou que não se deve aliviar as sanções contra o Irã até a conclusão de um acordo que garanta que o país não pode produzir armas nucleares.    Perguntado sobre a possibilidade do Irã utilizar a energia nuclear com fins civis, Steinitz respondeu que Israel poderia aceitar este tipo de uso desde que Teerã renuncie a fabricar urânio enriquecido e que o material seja fornecido por outros países.    Na última quarta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, não conseguiram resolver suas diferenças sobre o programa nuclear do Irã durante as sete horas de reunião que mantiveram em Roma.    Os principais meios da imprensa israelense publicaram nesta quinta-feira que, durante o encontro, as partes apenas concordaram "em não estar de acordo" com o programa, segundo o jornal "Yedioth Ahronoth". Conforme a publicação "Israel Hayom", Netanyahu advertiu Kerry que "a suspensão das sanções contra o Irã será um trágico erro".    A reunião dos dois políticos aconteceu na residência do embaixador americano em Roma, um encontro que começou com a entrega de um bolo de aniversário a Netanyahu por seus anfitriões, o que deixou o ambiente mais relaxado, mas não diminuiu a tensão pelas diferenças abissais entre os dois países sobre o projeto nuclear iraniano.    "O principal problema de segurança que enfrentamos é a possibilidade de o Irã desenvolver armas nucleares. Evitá-lo é um objetivo que compartilho com o senhor e com o presidente Obama. Isso significa que (o Irã) não deveria ter centrífugas, nem enriquecer urânio", disse Netanyahu a Kerry. O líder israelense insistiu que o Irã "deve cumprir com as resoluções do Conselho de Segurança" antes que as sanções sejam suspensas.    Kerry, segundo a imprensa israelense, expressou que os EUA "permanecerão com os olhos bem abertos" para garantir que Teerã não vai aproveitar as negociações para acelerar seu programa nuclear, mas explicou a Netanyahu que todos os esforços devem ser feitos até se esgote o caminho da diplomacia.    Na reunião, as duas partes dialogaram também sobre a situação no Egito e na Síria, assim como as conversas de paz com os palestinos.    Kerry vem buscando desde julho o retorno das negociações entre israelenses e palestinos, após três anos sem nenhum tipo de avanço, um processo que, ao contrário dos anteriores, prossegue no mais absoluto sigilo. 
As partes se reuniram até agora em 13 ocasiões, sem que fossem divulgados os avanços conseguidos.

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