Israel lançou um ataque aéreo na Síria tendo como alvo um carregamento de mísseis avançados que seria enviado para o grupo militante libanês Hezbollah, confirmaram autoridades israelenses neste sábado à agência AP.
Esse teria sido o segundo ataque israelense contra a Síria este ano, em uma tentativa de impedir o Hezbollah de formar um arsenal para se defender contra a força aérea de Israel.
O ataque vem em um momento em que os Estados Unidos avaliam como responder a indícios de que a regime sírio pode ter utilizado armas químicas em sua sangrenta guerra civil. O presidente norte-americano Barack Obama descreveu o uso dessas armas como a "linha vermelha", e a administração está estudando opções - incluindo uma possível ação militar.
Autoridades israelenses apontaram que o ataque ocorreu no início da sexta-feira e tinha como alvo armas sofisticadas e inovadoras, mas que não eram armas químicas. Um dos funcionários do governo disse que o alvo era um carregamento de mísseis avançados, de longo alcance e terra-terra, mas não deu mais detalhes.
Os oficiais não informaram onde o ataque ocorreu e se foi realizado pelo espaço aéreo libanês ou sírio. As autoridades israelenses falaram sob condição de anonimato porque não foram autorizadas a divulgar informações sobre uma operação militar secreta para a mídia.
Autoridades dos Estados Unidos já haviam confirmado o ataque aéreo, mas disseram apenas que parecia ter atingido um armazém.
Contatados por telefone, as Forças Armadas de Israel e os ministérios de Defesa e Relações Exteriores do país não atenderam imediatamente.
O ministro assistente de Informação da Síria, Khalaf Muftah, disse à rede de televisão Manar, do Hezbollah, que não tinha "nenhuma informação sobre uma agressão" e que relatos de um ataque aéreo israelense "vêm no âmbito da guerra psicológica em preparação para uma agressão contra a Síria".
O Hezbollah não quis comentar.
Não é a primeira vez que Israel ataca território sírio desde que o levante contra Bashar Assad começou em março de 2011. Em janeiro, a força aérea israelense teria atacado o que seria um carregamento de mísseis antiaéreos avançados SA-17 destinados ao Hezbollah. Israel não admitiu formalmente a realização desse ataque aéreo, embora funcionários do governo tenham indicado que estavam por trás da iniciativa.
Os ataques vêm após décadas de inimizade entre Israel e Síria e seu aliado Hezbollah, que consideram o Estado judeu um inimigo. A situação ficou ainda mais complicada pela guerra civil na Síria.
Em 2006, Israel e Hezbollah travaram uma guerra inconclusiva de 34 dias, que deixou 1.200 libaneses e 160 israelenses mortos. As informações são da Associated Press.
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