A Polícia Civil do Mato Grosso está investigado se a morte de uma adolescente de 16 anos está relacionada com o Baleia Azul. A jovem pulou em uma represa de grande profundidade para cumprir o desafio final do jogo mortal. O “Blue Whale”, como também é conhecido, acontece em grupos fechados na internet e tem, como desafio final, o suicídio do participante.
O caso foi registrado no bairro Inconfidentes, região central de Vila Rica, próximo de Cuiabá, e, conforme testemunhas relataram à Polícia Militar local, a estudante participava do jogo online. Ela estava desaparecida desde a madrugada de terça-feira (11) e o corpo foi encontrado e resgatado no fim do mesmo dia.
Se confirmado, este será o primeiro caso registrado no Brasil de morte relacionada ao macabro jogo que virou 'febre' na Rússia e em parte da Europa.
Investigação
Um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte. O delegado André Rigonato, responsável pelo caso, informou que aguarda os laudos periciais do celular da adolescente. "Preliminarmente será analisado o jogo virtual citado e quem induziu ou instigou o suicídio, ou se foi uma deliberação da própria vítima".
Aos investigadores, a mãe da estudante disse que a filha estava se mutilando a aproximadamente dois meses como, provavelmente, parte das tarefas. A mulher também entregou aos policiais duas cartas que teriam sido escritas à mão pela filha.
Na web
No Brasil, o Baleia Azul também tornou-se assunto entre os adolescentes. Por aqui, pelo há pelo menos 13 grupos fechados no Facebook, com mais de 59 mil pessoas. Porém, os internautas brasileiros transformaram o desafio fatal em zoeira e trataram de inundar a web com memes debochando do jogo. Até uma versão do bem foi criada para incentivar o amor próprio dos adolescentes.
É o Baleia Rosa, que já tem mais de 90 grupos no Facebook difundindo os desafios “fofos”. Dentre as tarefas estão escrever na mão que é lindo, assistir filmes engraçados, abraçar um amigo, comer doces, ler um livro e desenhar Kawaii – adjetivo japonês que significa bonito – nos braços.
A adaptação tupiniquim tem a mesma duração do Baleia Azul: 50 dias
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ZoeiraFacebook/Reprodução
Memes zoando o jogo estão tomando conta na internet
No Brasil também é possível encontrar comunidades relacionadas ao Baleia Azul.Mas se o jogo original propõe assistir filmes de terror por 24horas,
cortar a pele e desenhar símbolos pré-estabelecidos, por exemplo, os desafios do mal também foram adaptados.
“Pegue um copo de vidro, coloque ketchup, adicione água até ficar igual a sangue. Depois beba e deixe escorrer pela boca enquanto estiver bebendo”,
propõeumdeles. Outro sugere: “Acordem às 5 horas da manhã e mandem fotos do nascer-dosol pela sua janela”.Facebook/Reprodução
Perigo
A orientação de especialistas é que os pais fiquem atentos à nova moda. A recomendação é que os filhos sejam constantemente monitorados, tanto
na vida real quanto no mundo virtual. Baleia Azul por perderem mais facilmente o senso de realidade. “A cada tarefa concluída, ele se sente mais poderoso”, observa.
Flores alerta que é fundamental que os pais observem quantas horas de sono o filho está tendo. Ela explica que a privação do sono é uma das piores torturas. "O sono faz parte da saúde mental. Quando sofre privação do sono, muito rapidamente a pessoa perde a noção da realidade e entra em estado psicótico”, exemplifica. “Essas estratégias podem levar uma pessoa a cometer suicídio”, afirma a especialista.
FiscalizaçãoReprodução Facebook Reproduzir os traços de uma baleia na pele, usando um objeto cortante, também vale
O delegado de Polícia Civil Frederico Abelha aconselha que os responsáveis monitor em todas as redes sociais dos menores. “Tem que checar as conversas no WhatsApp e os grupos de bate-papo. É importante saber que grupos seus filhos estão frequentando. Até porque, a partir destas conversas o pai pode ter um indicativo da atitude do filho ou até descobrir uma coisa mais grave, como abuso sexual”, enfatizou.
Além disso, o policial acredita que os pais têm que ser enérgicos na criação, não permitindo, por exemplo, que o filho assista programas de TV e filmes ou jogue videogame que não condizem com a classificação de idade. “É fundamental também observar as companhias dos adolescentes”, completou.
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