Jovem que caiu da ponte Rio-Niterói deixa o hospital

Thaise Constancio
13/03/2014 às 17:51.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:36

Ela capotou oito vezes, bateu na mureta central da Ponte Rio-Niterói, caiu de uma altura de mais de 50 metros direto na água e não teve nenhuma lesão grave. Parece história de cinema, mas aconteceu com Marina Borges Pinto, de 22 anos, na manhã de 3 de março, em plena segunda-feira de carnaval. Única sobrevivente de uma queda da Ponte Rio-Niterói, a estudante de Engenharia de Produção teve alta do Hospital Pasteur, no Méier, na manhã desta quinta-feira, 13.

"A ficha (sobre o acidente) ainda não caiu. Não fiquei com trauma de dirigir ou passar na ponte de novo", disse Marina, emocionada. "Aconteceu uma fatalidade, mas graças a Deus estou viva, sem sequelas - que é o mais importante -, e vou continuar a vida do jeito que era antes. Por ter sobrevivido, acho que tenho uma missão na terra e vou buscar esse propósito."

A estudante tem apenas flashes do acidente, que aconteceu quando ela dirigia de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, para o trabalho, em Olaria, na zona norte. Ela lembra que precisou desviar de um carro que freou na sua frente. "Acho que virei o volante bruscamente, bati e tudo aconteceu. Não tinha noção de que o carro estava caindo na água, porque, para mim, ainda estava rodando. Só vi a água quando o carro parou de rodar e meu reflexo foi mergulhar." Ela sabe que o airbag foi acionado com a batida, mas não lembra como conseguiu se livrar do cinto de segurança e sair sozinha do carro.

Marina lembra de ver um funcionário da concessionária CCR Ponte sinalizando que ia socorrê-la. "Tentei nadar até uma pilastra, mas não tinha forças e a correnteza estava muito forte, então decidi boiar até alguém chegar para me salvar."

No hospital

Depois do resgate, a jovem foi levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, onde passou por uma cirurgia para retirar o baço. Segundo Pablo Quesado, coordenador da Clínica Médica do Pasteur, para onde Marina foi levada após a operação, "é perfeitamente possível e normal viver sem baço". Na fase adulta, explica, o órgão tem apenas função imunológica, que pode ser substituída por vacinas.

Quesad destacou que a jovem poderia ter sofrido uma série de lesões graves em decorrência da freada brusca, dos capotamentos, da colisão com a mureta e até da queda na água, cujo impacto é similar a colisão em uma superfície de concreto. "Mesmo com isso tudo, ela não sofreu danos neurológicos e esse foi o primeiro milagre. Ela não teve nenhum trauma perfurante, que seria comum nesse tipo de acidente", avaliou o médico.

Além da ruptura do baço, ela teve uma leve lesão pulmonar, hematomas no fígado, na perna e no braço esquerdos. Após o período no hospital, ela fará duas semanas de repouso em casa, ao lado dos pais e dos três irmãos. "Ela estará cercada de amor, como sempre esteve", comemorou a mãe Silvia Cristina Silva, de 54 anos.

Depois do susto, alguns amigos alertaram Marina sobre as coincidências de sua vida. "Meu aniversário é em 6/6 e o acidente foi em 3/3. Então, eles me disseram para não sair de casa nos dias 9/9 e 12/12", brincou.
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