CASO CLARA MARIA

Jovem teria repreendido suspeito por apologia a nazismo, e 'bronca' pode ter sido estopim para morte

Clara Maria morreu enforcada após um golpe de mata leão, no último domingo (9); corpo foi encontrado nessa quarta (12)

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
13/03/2025 às 18:35.
Atualizado em 13/03/2025 às 18:49
Corpo da jovem Clara foi encontrado em uma casa no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha (Maurício Vieira /Hoje em Dia)

Corpo da jovem Clara foi encontrado em uma casa no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha (Maurício Vieira /Hoje em Dia)

A Polícia Civil deu detalhes nesta quinta-feira (13) sobre o bárbaro assassinato de Clara Maria Venâncio Rodrigues, que teve o corpo enterrado e coberto por concreto em uma casa no bairro Ouro Preto, na Pampulha. A jovem de 21 anos morreu enforcada após um golpe de mata leão, no último domingo (9). O corpo foi encontrado nessa quarta (12). Dois suspeitos, de 27 e 29 anos, estão presos. 

Dentre as linhas da investigação para a motivação do crime estão ciúmes, atitudes nazistas de um dos envolvidos - que teria sido repreendido pela vítima - e uma dívida. A jovem tinha emprestado R$ 400 a um dos homens, que trabalhou com ela em uma padaria. Ele foi demitido, segundo a PC, por uso de drogas e pequenos furtos. 

O suspeito era conhecido por pegar dinheiro emprestado para manter o vício do uso de drogas e não pagar. Porém, ele entrou em contato com Clara e disse que devolveria os R$ 400. A vítima acreditou e foi até a casa dele. Lá, o homem planegou pegar ainda mais dinheiro dela. 

“No depoimento, o dono da casa afirmou que a ideia inicial era matar e roubar a conta dela", afirmou Alexandre Oliveira da Fonseca, um dos delegados à frente da investigação.

Outro fato apurado, segundo o policial, é que o crime tenha sido motivado por ciúmes. O suspeito teria visto a jovem andando na rua com o namorado. “Ele já havia tentado ter relações sexuais com a Clara, mas ela não teve interesse. Ao ver ela com o namorado, sentiu ciúmes e começou a pensar em um plano para matá-la", afirmou o delegado.

A Polícia Civil também investiga se a morte ocorreu após Clara  Maria repreender o outro suspeito, de 29 anos, por apologia a nazismo. Segundo a PC, como a jovem trabalhou com o dono da casa na padaria, também conhecia o outro homem. 

“Esse suspeito fala alemão e tem algumas atitudes nazistas. E em um determinado dia, ele fez um gesto nazista em um bar e foi repreendido pela Clara. A atitude dela teria criado um ódio nele”, acrescenta o delegado.

Ambos foram detidos nessa quarta, quando a polícia foi até a residência no bairro Ouro Preto. Um terceiro homem também chegou a ser encaminhado à delegacia, mas foi liberado por falta de provas do envolvimento dele no crime.

A dupla detida pode responder por homicídio, feminicídio, ocultação de cadáver e abuso sexual - que ainda depende do relatório da necropsia para ser confirmado.

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