O julgamento do presidente egípcio deposto Mohamed Mursi foi retomado neste sábado (1°), após ele ter insistido em uma audiência separada por ainda se considerar o presidente legítimo do país. O ex-líder é acusado, juntamente com outros 14 membros da Irmandade Muçulmana, de incitar o assassinato de manifestantes de oposição em dezembro de 2012. Mursi ainda enfrenta outros quatro julgamentos.
A defesa do ex-presidente diz que não há provas de que ele incitou os confrontos e que a maioria das pessoas que foram mortas durante os conflitos eram membros da Irmandade Muçulmana.
A audiência deste sábado é a terceira sessão do julgamento, visto como um teste para as autoridades militares do Egito, que exercem uma pesada repressão sobre os partidários de Mursi. Primeiro presidente eleito do país após a retirada do ditador Hosni Mubarak do poder, em 2011, Mursi foi deposto após um levante em julho do ano passado, ficando pouco mais de um ano no poder.
A Anistia Internacional estima que, desde a derrubada de Mursi, 1,4 mil pessoas foram mortas durante confrontos entre partidários do ex-presidente e as forças de segurança do país. Meses de derramamento de sangue reduzem as chances de uma reconciliação política no Egito, país mais populoso do mundo árabe e que se prepara para uma eleição presidencial em meados de abril. Fonte: Dow Jones Newswires.
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