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Júlio César é ouro no atletismo e bate recorde mundial; Yeltsin Jacques ficou com o bronze

Atletas fizeram a dobradinha no pódio dos 5.000m na classe T11 (deficiências visuais)

Do HOJE EM DIA*
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Publicado em 30/08/2024 às 10:44.
Júlio e Yeltsin garantem a dobradinha no pódio dos 5.000m na classe T11 (deficiências visuais) (Wander Roberto/CPB)

Júlio e Yeltsin garantem a dobradinha no pódio dos 5.000m na classe T11 (deficiências visuais) (Wander Roberto/CPB)

O paulista Júlio César Agripino, 33, conquistou nesta sexta-feira (30), a primeira medalha de ouro do atletismo do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris. O Brasil teve dobradinha no pódio dos 5.000m na classe T11 (deficiências visuais), com o sul-matogrossense Yeltsin Jacques, 32, conquistando a medalha de bronze.

Júlio completou a prova com o tempo de 14min48s85, novo recorde mundial e paralímpico da distância. A prata ficou com o japonês Kenya Karasawa. 

“Estou muito feliz, é muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Mostra a força da periferia, comecei a treinar só tinha um campinho. Mas com muita força e determinação eu consegui vencer, sempre tem altos e baixos na vida, mas agora sou campeão paralímpico. Dedico também essa medalha para o meu avô”, disse Júlio.

É a primeira medalha paralímpica de Júlio, que conquistou a prata na distância no Mundial de Kobe 2024, no Japão, ficando atrás de Yeltsin. Júlio foi o campeão mundial de outra prova de fundo em Kobe, os 1.500m, distância que ele e Yeltsin voltam a disputar em Paris no dia 2 de setembro, na semifinal. A final será em 3 de setembro.

Júlio foi diagnosticado com ceratocone, doença degenerativa na córnea, aos sete anos. Ele era atleta convencional do atletismo e migrou para o paradesporto por meio dos treinadores do Centro Olímpico.

“Sempre tive dificuldade para controlar a parte mental, me concentrar. Eu chegava bem condicionado, mas falhava na concentração. Conversei ontem com minha psicóloga, falei que estava um pouco nervoso, mas hoje acordei e pensei, vou ganhar. Ela falou que eu iria reagir bem e foi o que aconteceu”, afirmou Júlio.

Júlio completou a prova com o tempo de 14min48s85, novo recorde mundial (Wander Roberto/CPB)

Júlio completou a prova com o tempo de 14min48s85, novo recorde mundial (Wander Roberto/CPB)

Júlio completou a prova com o tempo de 14min48s85, novo recorde mundial 

O atletismo teve seu primeiro dia de competições em Paris nesta sexta-feira e é a modalidade que mais medalhas deu ao Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. As conquistas de Júlio e de Yeltsin elevaram o número a 172, agora somando 49 de ouro, 70 de prata e 53 de bronze em provas de pista e de campo. 

Terceira medalha paralímpica

Yeltsin conquistou sua terceira medalha paralímpica em Paris, somando aos dois ouros em Tóquio 2020, um nos 5.000m e outro nos 1.500m, ambos na classe T11. O brasileiro é o recordista mundial nos 1500m com o tempo de 3min57s60, obtido nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. 

“Muito feliz pelo Júlio. Eu tive uma lesão, peguei uma virose, o que acabou atrapalhando um pouco a preparação. Mas como minha esposa disse, você ou chupa o limão azedo ou faz a limonada. Estou com sentimento de missão cumprida”, disse Yeltsin.

Yeltsin nasceu com baixa visão. Ele conheceu o atletismo ajudando um amigo, totalmente cego, a correr. Então, começou a treinar junto com ele para competir e iniciou sua carreira nos Jogos Paralímpicos Escolares em 2007.

Yeltsin conquistou sua terceira medalha paralímpica em Paris (Wander Roberto/CPB)

Yeltsin conquistou sua terceira medalha paralímpica em Paris (Wander Roberto/CPB)

*com informaçõs do CPB

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