Fim de uma era

'Jurrassic World: Domínio' chega aos cinemas com mensagem de 'coexistência' entre homem e dinossauro

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
04/06/2022 às 07:10.
Atualizado em 05/06/2022 às 15:07

A mensagem ao fim não deixa dúvidas: a franquia “Jurassic World” termina apontando para a necessidade de coexistência, independentemente se são humanos ou dinossauros, numa metáfora clara entre os mais abastados e os mais pobres – os seres jurássicos são controlados, vigiados, maltratados e vistos com olhares discrimi-natórios, embora tenham contribuído para a evolução da Terra.

Se prestarmos atenção, vamos notar que, em “Jurrasic World: Domínio”, em cartaz nos cinemas, praticamente não há morte de dinossauros – a não ser quando eles mesmos brigam entre si. Ainda assim, quando isso acontece, também há uma mensagem por trás, em torno da união de forças para enfrentar o inimigo mais temível. Esse parece ser o lema do longa-metragem produzido por Steven Spielberg.

(Divulgação)

(Divulgação)

É muito simbólico que a segunda trilogia traga personagens da primeira saga, como os doutores Alan Grant (Sam Neill), Ellie Sattler (Laura Dern) e Ian Malcom (Jeff Goldblum). É como se os “super-heróis” cientistas do passado se juntassem com os mais novos protagonistas para montar uma grande frente de batalha contra aqueles que se beneficiam da miséria dos povos.

Esse inimigo não está muito claro, deixando-se nas entrelinhas que o Doutor do Mal do filme trabalha por um novo processo evolutivo, em que a seleção natural dá lugar à escolha arbitrária de uma raça superior a partir do extermínio dos outros povos. No caso aqui, a partir do desabastecimento de alimentos, com a escassez gerando mortes. Mas não é um tema explorado com vigor pelo roteiro.

A narrativa se concentra nesse grande encontro. Quando ele ocorre, é muito chamativa a forma como o diretor Colin Trevorrow compõe algumas cenas, com os oito personagens permanentemente juntos no enfrentamento dos perigos. A ideia de “união faz a força” também é estampada nesses momentos. Em nenhum instante eles duvidam de que o que estão fazendo é o mais correto.

 (Divulgação)

(Divulgação)

(Divulgação)

Numa época em que as máscaras são deixadas de lado e o discurso de ódio se torna explícito, o bom e velho maniqueísmo se permite fazer novamente presente, sem precisar engrossar as tintas vilanescas ou edulcorar as atitudes boas. O maior desafio do roteiro foi justamente romper com essa tradição de suspense, sobre as verdadeiras intenções de cada um, apenas reforçando o grande tema.

O que está longe de significar qe o “Domínio” é uma obra calcada em discursos. Há muitas sequências de ação – certamente as melhores desta segunda trilogia, muito bem elaboradas em momentos de perseguição (feitas, em boa parte, à luz do dia). Poderia haver mais referências à outra saga sem prejuízo narrativo. Quem não viu os três primeiros longas não entenderá muito a importância desse retorno dos personagens.

()

()

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por