Empresários afirmam que animais são bem tratados; entidades defensoras alegam que há maus tratos (TJMG / Divulgação)
A Justiça mineira determinou nessa segunda-feira (6) que o rodeio de Pedro Leopoldo, na Grande BH, não poderá usar animais como parte do evento amrcado para a próxima sexta-feira (10) e sábado (11). A participação de cavalos, touros e bois estava programada para o fim de semana e a equipe do festival já recorreu da decisão.
A medida foi tomada após a Associação Civil Princípio Animal ajuizar uma ação alegando que durante a festa está prevista a prática de rodeio, o que pode provocar maus-tratos aos animais. De acordo com os documentos apresentados, fazem parte do evento as chamadas "montaria em touros" e "prova de três tambores", que podem expor os bichos a sofrimentos pelo uso do sedém – corda amarrada à virilha dos animais.
Após análise da documentação, o juiz Leonardo Guimarães Moreira afirmou ter se convencido de que a prática do rodeio e da prova de tambor é nociva aos animais. Na decisão, o magistrado explicou que as práticas causam lesões às articulações dos animais e doenças a curto e médio prazo.
Moreira ressaltou, ainda, que na sociedade moderna, em que há maior consciência das pessoas sobre seus direitos, deveres e obrigações, "não há mais espaço para permitir atividade humana envolvendo utilização de animais em atividades tidas como manifestações culturais, mas que infligem intenso sofrimento e dor".
"Todas essas atividades, que decorrem da manifestação cultural do rodeio, configuram crueldade e maus-tratos aos animais envolvidos e, desta forma, encontram vedação pelo constituinte originário para a sua realização, nos termos do art. 225, §1º, VII da Constituição da República", afirmou o juiz.
Recurso
Em sua defesa, a equipe responsável pelo Pedro Leopoldo Rodeio Show alegou que adotará procedimentos exigidos por lei para dar "tratabilidade aos animais envolvidos no evento". Assegurou ainda que os apetrechos técnicos usados pelos competidores, tanto no rodeio quanto na prova dos três tambores, não causam ferimentos aos animais.
Por meio de nota à imprensa, a equipe informou também que "todos os animais que participam do evento são acompanhados por uma equipe comandada por veterinária e que o bem-estar dos mesmos é a prioridade de todos os profissionais envolvidos na iniciativa".
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