BRASÍLIA – O Alto Tribunal (o equivalente à Suprema Corte) da Guatemala deverá ouvir nesta terça-feira (30) depoimentos sobre denúncias de genocídio e crimes contra a humanidade durante o governo do ex-presidente Efraín Ríos Montt, de 86 anos. A audiência foi reconvocada depois de ser suspensa no último dia 19 – a segunda suspensão ocorrida apenas este ano.
O juiz Jazmín Barrios, do Primeiro Tribunal de Mayor Riesgo, convocou a audiência. Efraín Ríos é denunciado pelo Centro para a Ação Legal de Direitos Humanos, representado pelo advogado Héctor Reyes. Em decorrência da suspensão das audiências, o processo retrocedeu à etapa das interpelações.
Efraín Ríos é acusado de envolvimento nos assassinatos de 1.700 indígenas, no período de 1982 a 1983, assim como na violação e tortura de mulheres. Segundo denúncias, a maioria das violações contra mulheres foi cometida por integrantes do Exército na região de Xalbal, no município de Ixcán.
De acordo com as vítimas, várias mulheres foram sequestradas por militares e utilizadas como "escravas sexuais" durante várias semanas. Ríos Montt e o ex-chefe do Serviço de Inteligência do governo José Rodríguez são julgados por um massacre considerado o mais cruel da história da Guatemala.