Tragédia em Mariana: rompimento da barragem de Fundão inundou dezenas de cidades e causou a morte de 19 pessoas em novembro de 2015 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)
A Justiça Federal, a pedido do Ministério Público, determinou nesta sexta-feira (11) que a Samarco e suas controladoras Vale e BHP Billiton Brasil contratem um perito para comprovar que os rejeitos da barragem Fundão, que se rompeu em novembro de 2015 na cidade de Mariana, realmente pararam de vazar.
Segundo a decisão emitida pelo órgão, não há provas definitivas de que a lama que restou na barragem foi contida e nem que as medidas que estão sendo tomadas para essa contenção são totalmente eficazes.
No documento, a Justiça Federal verificou que existem apenas estudos científicos, ainda sem conclusão definitiva e aprovação pelos órgão ambientais, sobre a viabilidade e utilidade da retirada dos rejeitos depositados nas margens do Rio Doce, seus afluentes e adjacentes de sua foz após o acidente.
Diante disso, o órgão entendeu que seria necessária a realização de prova pericial emergencial para certificar se houve estancamento do vazamento, se as medidas que estão sendo tomadas pelas empresas são eficazes e quais seriam as possibilidades e viabilidade de retirada da lama que atingiu cursos de água ao longo de Minas Gerais e Espírito Santo.
Para realizar a perícia, a Justiça Federal nomeou o perito Marcus Pacheco, PhD, Professor Titular de Mecânica dos Solos e Fundações e Consultor Geotécnico. Agora, as mineradoras terão 10 dias para enviar uma proposta de honorários periciais e apresentar um corpo técnico para auxiliar Marcus.
Procurada pela reportagem, a Samarco informou que ainda não foi notificada sobre a decisão. O Hoje em Dia não conseguiu contato com as mineradoras Vale e BHP Billiton para comentar sobre o caso.
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