Justiça Federal manda soltar ex-presidente da Fiemg preso em operação contra corrupção

Da Redação
19/02/2019 às 20:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:37
 (Elza Fiúza/Agência Brasil )

(Elza Fiúza/Agência Brasil )

A Justiça Federal de Pernambuco mandou soltar, na noite desta terça-feira (19), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga de Andrade. O empresário e engenheiro havia sido detido, durante a manhã, na Operação Fantoche, que apura supostas fraudes no sistema S e no Ministério do Turismo.

A soltura ocorreu a pedido da Polícia Federal, que deflagrou a ação. No pedido, a corporação alegou que concluiu as buscas e apreensões em endereços ligados a Andrade e outros investigados. Também foram soltos o presidente da Fiepe, Ricardo Essinger, o presidente do Sesi de Alagoas, José Carlos Lira Andrade, o presidente da Fiep, Francisco de Assis Benevides Gadelha, além do empresário Hebron Costa Cruz de Oliveira.

Responsável pela representação da indústria do Brasil, a CNI é o órgão máximo do sistema sindical patronal da indústria e atua em articulação com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de entidades no Brasil e no exterior.

Corrupção

As apurações da PF indicam que um grupo de empresas sob o controle de um mesmo núcleo familiar teria recebido mais de R$ 400 milhões a partir de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

"O modus operandi empregado é sempre similar e, em resumo, consiste na utilização de entidades de direito privado sem fins lucrativos para justificar celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério e unidades do Sistema S", explicou a corporação.

Irregularidade

Segundo a PF, os contratos, em sua maioria, eram voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados, sendo que alguns não eram executados. "Os recursos posteriormente foram desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada".

Além da PF, que contou com 213 agentes na operação, oito auditores do Tribunal de Contas da União participaram da ação, para cumprir 40 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária. As ordens judiciais foram determinadas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, que ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.

Defesas

Em nota, o Ministério do Turismo afirmou que "todos os convênios investigados pela Polícia Federal são das gestões dos presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff. Desde 2012, o Ministério do Turismo não celebra nenhum convênio com a iniciativa privada, apenas com órgãos públicos. A atual gestão do Ministério do Turismo não assinou nenhum convênio até o momento. Além disso, a Pasta já havia determinado uma auditoria completa em todos os instrumentos de repasse antes mesmo de tomar conhecimento da investigação da Polícia Federal, ação que resultou no cancelamento de um contrato no valor de R$ 1 milhão. O Ministério do Turismo não é alvo das buscas e apreensões da Operação Fantoche e está totalmente à disposição para colaborar com a investigação".

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) esclareceu, em nota, "que as entidades ligadas ao comércio de bens, serviços e turismo - federações estaduais e nacionais de comércio, unidades do Sesc e do Senac, bem como a própria Confederação – não possuem qualquer vinculação com as iniciativas da Polícia Federal, reportadas hoje, 19 de fevereiro, pela imprensa como Operação Fantoche. Cumpre esclarecer que o termo Sistema S é usado de forma genérica para entidades sindicais patronais de diferentes atividades econômicas, e em nenhum momento a CNC, bem como Sesc e Senac nacionais, guardam vínculo com os fatos noticiados".

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