Kalil assusta tucanos e será vinculado ao PT e Pimentel

18/09/2016 às 11:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:52

Mais do que tensão e sustos, a reta final dessa atípica campanha a prefeito de Belo Horizonte promete forte emoções e um vale-tudo sem limites nas duas semanas que restam. A meta que unifica boa parte dos postulantes é tentar afastar o candidato Alexandre Kalil (PHS) do segundo turno da disputa. Até agora, ele cresceu em cima de seu alto nível de conhecimento e pelo estilo antipolítico, alcançando a segunda colocação. E mais, como previ aqui no dia 28 de agosto, o estreante conseguiu o que queria: colocar fogo na campanha (bem ao seu estilo pessoal), e virar o centro das atenções, para o bem ou para o mal.

No bom confronto realizado pela Rede TV, na sexta (16), as estratégicas ficaram claramente explicitadas. Kalil virou alvo generalizado da maioria dos rivais, que acertaram em cheio nos pontos fracos dele: como as dívidas do IPTU (R$ 100 mil à Prefeitura de BH) e ao INSS (acusado de apropriação indébita pela Justiça Federal), conforme noticiaram os repórteres Tatiana Moraes e Felipe Mota deste Hoje Em Dia e a Folha de S. Paulo.

Daqui pra frente, a artilharia será pesada sobre ele, que terá que apresentar defesas mais consistentes à medida que o eleitorado vai tomando conhecimento dessas informações a seu respeito. Junto desses, irão fazer outra associação a ele, que já era feita, mas sem convicção, a de que tem o apoio velado do governador Fernando Pimentel (PT), baseado nas alianças que fez e até da indicação de seu vice, Paulo Lamac, deputado estadual que trocou o PT pela Rede no final do ano passado.

Kalil sabe lidar e gosta desse ambiente de enfrentamento. Além de dar-lhe mais visibilidade, encontra justificativas para reagir como pode, tal qual onça pintada cutucada com a vara curta. Aí reside o medo dos tucanos. Nos últimos dias, o candidato do PHS começou a apontar sua artilharia para os tucanos, que, segundo ele, teriam sido omissos e responsáveis pelo que chama de “esculhambação” na saúde pública da capital.

Referindo-se a ele como o “doido” e capaz de tudo, do tipo falar o que vier a cabeça, tucanos demonstram apreensão. Aos amigos de alguns anos atrás, os senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia, Kalil os chama de ex-caciques de Minas e os acusa de não cumprir acordos feitos quando o convidaram para ingressar na política. 

Haverá alta exposição e troca de chumbo pesado nas duas semanas que restam da campanha. Começa a partir desta segunda-feira, quando a TV Globo fará entrevista diária de 15 minutos, na primeira edição de seu jornalismo, com os cinco candidatos melhor colocados nas pesquisas. No domingo (25), haverá novo confronto na Rede Record; outro na terça (27), na TV Alterosa, e o último, dia 29, na Globo.

Tudo somado, o que sonham os tucanos, que lideram as pesquisas? Desidratar Kalil e evitar o arriscado segundo turno com ele e, quem sabe, vencer no primeiro turno; os outros querem desconstruir o candidato do PHS e assumir o lugar dele no segundo turno.

Bola pra frente e pros lados
O vice-governador Antônio Andrade (PMDB) mostrou-se satisfeito e alegre durante o debate na Rede TV. Tudo que indica que superou o baixo astral depois que sofreu fortes baixas no governo mineiro.

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por