(Divulgação/Defesa Civil)
O desabamento de dois prédios no bairro Jaqueline, na região Norte de BH, foi assunto durante entrevista coletiva do prefeito Alexandre Kalil (PSD) nesta sexta-feira (10). A tragédia aconteceu na última terça-feira (7) e matou um homem de 35 anos e um bebê, de um ano e oito meses.
Questionado sobre como o município pode evitar situações similares, o prefeito disse que já distribuiu quase quatro mil títulos para ocupações em Belo Horizonte, mas que não pode controlar a construção de moradias irregulares na capital.
“Você querer controlar construção ilegal numa cidade de quase três milhões de habitantes é mentira e eu não tô aqui pra falar mentira. Nós temos que ter juízo, parar de pegar bandeira e fazer ocupação em lugar que não pode, o que não é o caso. Ali não é área de risco geológico, não faz parte do cadastro da Defesa Civil, então ali foi uma tragédia como acontece em qualquer cidade do Brasil por motivos de ampliação de obras, obras ilegais”, afirma.
As famílias vítimas do desabamento no bairro Jaqueline foram incluídas no Cadastro de Atingidos por Desastres da prefeitura. Kalil citou a situação econômica do país para justificar a dificuldade em retirar famílias de áreas de risco. “Você vai tocar de casa quem tem casa irregular? Então prepara para um grande acampamento na avenida Afonso Pena”, disse.
Segundo o Programa Estrutural em Área de Risco (Pear) da prefeitura, até 11 de novembro, 179 famílias foram temporariamente removidas de suas moradias em 2021. Em 2020, foram 1001 operações do mesmo tipo, indicando uma queda brusca.
Para Kalil, a prevenção de acidentes como o desabamento ocorrido na terça-feira (7) passa por uma política habitacional no país..
“Precisamos de uma política habitacional séria, porque essa habitação (irregular) vai continuar. Ou governante toma juízo pra botar botina e ver o que tá acontecendo em saneamento, em habitação, não deixar o povo comer osso, não deixar botijão de gás a R$ 120, dólar a R$ 7, desemprego a 14% ou nós vamos continuar a ver tragédia social no Brasil”, conclui.