Evento com entrada gratuita busca valorizar a cultura dos povos afro-periféricos em BH e também terá palestras, feira e atrações infantis
Evento busca reforçar e difundir a cultura dos povos afro-periféricos em Belo Horizonte (Patrick Arley/ Divulgação)
Reforçar e difundir a cultura dos povos afro-periféricos em Belo Horizonte: esse é o objetivo do Festival Laços da Ancestralidade, que será realizado em 16 e 17 de novembro, sábado e domingo, no Mercado da Lagoinha, com a participação de moradores da região, representantes da cultura e de religiões de matizes africanas de Minas e dos povos originários do Estado.
Na terceira edição, o projeto tem como objetivo promover narrativas, viveres e saberes imateriais e culturais dos povos afro-periféricos. Assim, a programação oferece atrações como shows, gastronomia, palestras, Feira Kinanga, atividades infantis, atos simbólicos de consagração à árvore sagrada e ancestral, entre outros. Shows como “Clara Viva - Aline Calixto canta Clara Nunes”, Sérgio Pererê, Bloco Orisamba, entre outros, fazem parte do evento.
Aline Calixto é uma das atrações do festival, que tem entrada gratuita (Márcia Charnizon/ Divulgação)
O projeto é realizado pela Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab) e Reunião Umbandista Mineira. Além disso, conta com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte; Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura; Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Segurança Alimentar e Cidadania, bem como do Centro de Referência da Segurança Alimentar e Nutricional Mercado da Lagoinha.
Para Pai Ricardo, zelador da Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente, “os povos negros foram responsáveis por construir as estruturas físicas, sociais e culturais que, desse modo, alicerçam a identidade de BH e reforçar isso é muito importante”.
Laços da Ancestralidade também celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, feriado no país em 20 de novembro, consagrando a colaboração da cultura afro-brasileira. O evento é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Desde o primeiro ano, o Festival realiza o Laço na Gameleira, ato simbólico na árvore centenária localizada em uma das entradas do Mercado da Lagoinha, consolidando o encontro e a resistência do povo preto da capital. A árvore ancestral é “abraçada” por um grande pano branco, de cerca de 17 metros, que simboliza a fé e a crença nos orixás.
Nesta edição, o tecido – preservado um ano depois – será trocado, junto com reverências e cânticos com a participação de zeladores e zeladoras sacerdotais, praticantes e simpatizantes das religiões de matriz africana e representantes da Prefeitura de Belo Horizonte, junto com a população da Lagoinha.
A Kinanga existe desde o ano passado, com a realização das edições Odoyá, Figa de Guiné e Laços da Ancestralidade promovendo uma grande confluência entre as casas coirmãs de matriz afro-brasileiras, a comunidade da Vila Senhor dos Passos e a população belo-horizontina que respeita e valoriza a cultura das tradições de matriz afro-brasileira. A feira engloba comidas e bebidas, produtos artesanais, roupas, tecidos, bolsas, brincos, acessórios de moda afro e produtos artesanais indígenas.
O nome da feira, Kinanga, vem do kikongo, que é sinônimo de “kitanda” do kimbundo, compreendido como um local de livre comércio e de trocas. A ideia é dar visibilidade e valorização aos afroempreendedores e aos grupos culturais pertencentes às casas de axé e afro-periféricos que, por causa do racismo estrutural e falta de oportunidade, não encontram espaços acessíveis na cidade para mostrar o próprio trabalho. Busca oportunizar a circulação dos recursos entre e para as pessoas pretas, além de lutar contra todos os tipos de racismo.
16/11, sábado:
14h: Apresentação do Ilê Odara
15h: “Roda de Escuta - Uma devolutiva para as comunidades tradicionais de BH”
17h30: Show com o Bloco O Leão da Lagoinha
18h: Samba Nossa Roda
17/11, domingo:
9h: Distribuição de mudas
10h: Laço na Gameleira
11h30: Feira Afro Empreendedora / Leitura da Carta de Encaminhamentos
12h: Bicho Folha e Joviano
14h: Show Clara Viva - Aline Calixto
16h: Show com o Bloco OriSamba
18h: Show com Sérgio Pererê
Serviço
Festival Laços da Ancestralidade - Expressões da Matriz Afro em BH
Data: 16 e 17 de novembro, sábado e domingo
Horário:
Dia 16, a partir das 14h
Dia 17, a partir das 9h
Local: Mercado da Lagoinha (Rua Formiga, 140, bairro Lagoinha, BH)
Entrada: gratuita (para todas as atrações)
Apoio: Cresan e Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira
Informações para o público: (31) 9 7337 1613
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