(Albari Rosa/Agência de Notícias Gazeta do Povo/Estadão Conteúdo)
SÃO PAULO - O laudo sobre as causas da combustão em um depósito de fertilizantes em São Francisco do Sul (litoral norte de Santa Catarina) pode demorar até 60 dias, segundo o tenente e chefe de comunicação do Corpo de Bombeiros catarinense André Pratts. A perícia está sendo realizada pelo Corpo de Bombeiros e pelo Instituto Geral de Perícias do Estado. Se for uma causa de fácil identificação, como um curto-circuito, o laudo pode ser finalizado em poucos dias. O prazo pode chegar a 60, em caso de incêndio criminoso ou reação química, quando amostras devem ser analisadas em laboratório. Segundo Pratts, o trabalho começou na quarta-feira passada (25) e foi realizado em paralelo ao combate àschamas. "Eles fotografaram as provas e acompanharam o trabalho dos bombeiros para evitar que as amostras se perdessem", diz Pratts. Ainda de acordo com o tenente, essa etapa costuma durar até dez dias. Em São Francisco do Sul, deve acabar até o fim desta semana. Segundo o governo de Santa Catarina, técnicos da Fatma, órgão ambiental do Estado, e do Ibama estão analisando os danos ambientais provocados pelo incêndio. Alvará Pratts afirmou que o Corpo Militar de Bombeiros do Estado não concedeu alvará ao depósito da Global Logística. Mas em entrevista ao jornal "Diário Catarinense" publicada na sexta-feira (27), o sócio-proprietário da empresa, Cláudio dos Santos, disse que tinha o "alvará de licença para construção" e que "foi feita vistoria dos Bombeiros de São Francisco do Sul". A legislação do Estado autoriza os municípios a firmar contratos com bombeiros voluntários, que podem emitir alvarás desde que respeitem as normas estabelecidas pela legislação estadual. "Não dá para afirmar isso, mas é comum. Ao nosso ver, toda edificação deve ter nosso alvará [do Corpo Militar de Bombeiros do Estado]", disse o tenente. Mapeamento Para evitar que o incidente se repita, o governo de Santa Catarina anunciou na sexta-feira (27) o mapeamento dos cinco portos catarinenses e de seus entornos. Segundo Pratts, as vistorias devem começar neste início de semana e durar um mês. O tenente disse que a fiscalização é atividade constante para os bombeiros, mas que o trabalho é limitado por empresários que não cumprem as recomendações. "Temos poder de fiscalização, mas não de fechar esses lugares. Não é possível, temos que entrar com ações no Ministério Público." Vida normal Enquanto os trabalhos de perícia seguem, São Francisco do Sul volta à rotina. Desde sexta-feira, o transporte público, a coleta de lixo e o porto estão funcionando. No sábado (28), boa parte do comércio abriu normalmente. A previsão é que nesta segunda-feira (30) a cidade volte à sua vida normal com escolas, bancos e órgãos públicos abertos.