(NELSON ALMEIDA / AFP)
A Operação "Lava Jato" pede a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por nove atos de corrupção passiva e por sete atos de lavagem de dinheiro. Nesta quinta-feira (4), o Ministério Público Federal reiterou em alegações finais o pedido pela condenação do petista na ação penal sobre supostas propinas da empreiteira Odebrecht, que incluiriam um terreno de R$ 12 milhões que abrigaria o Instituto Lula e uma cobertura vizinha à residência do petista, de R$ 504 mil, em São Bernardo.
No documento de 408 páginas, o Ministério Público Federal cobra de Lula R$ 75.434.399,44. O montante corresponde "ao valor total da porcentagem da propina paga pelo Grupo Odebrecht em razão das contratações dos Consórcios Conpar, Refinaria Abreu e Lima, Terraplanagem Comperj, Odebei Plangás, Odebrei Flare, Odetech e Rio Paraguaçu".
As alegações finais dedicam 86 páginas para "a atuação de Lula no exercício da Presidência da República". Em um dos trechos, os procuradores afirmam que Lula "foi o principal responsável pelo esquema de macrocorrupção estabelecido na Administração Pública Federal, destacadamente a distribuição das Diretorias da Petrobras, com vistas à arrecadação de propinas, em benefício do enriquecimento de agentes públicos, da perpetuação criminosa no poder e da compra de apoio político de agremiações a fim de garantir a fidelidade destas ao governo federal".
Lula está preso desde abril em Curitiba, base da Operação "Lava Jato". O petista foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso triplex.
A Procuradoria da República, no Paraná, pede ainda a condenação do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil, Governos Lula e Dilma), seu braço direito Branislav Kontic, os empresários Marcelo Odebrecht e Paulo Melo, da Odebrecht, Demerval de Souza Gusmão Filho, o engenheiro Glaucos da Costamarques e o advogado Roberto Teixeira.
Leia mais:
Lewandowski volta a autorizar entrevista de Lula, mas Toffoli deve decidir
Toffoli mantém suspensão de entrevistas de Lula na prisão