Legados de Minas

23/04/2016 às 19:22.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:05

Neste momento em que o Brasil vive um período de incertezas e graves crises política e econômica é bom que rememoremos pessoas de destaque para que, inspirados por seus ideais, possamos, de fato, construir o futuro que vislumbramos. Nessa última semana, Minas e o Brasil lembraram a partida de dois dos seus maiores nomes na História. A luta é o grande legado que nos deixou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e, da mesma forma, Tancredo Neves. Eles que encarnaram nosso desejo de liberdade e de democracia.

Tiradentes e os inconfidentes, aliás, foram os pioneiros na reivindicação federalista, um tema antigo, mas sobre o qual há cada vez mais necessidade de discussão e atualização. Foi por uma Federação justa que Minas ganhou seu maior mártir. Foi pela Inconfidência Mineira que o Brasil bradou liberdade.

Hoje, passados mais de dois séculos, liberdade federativa ainda é um grito sufocado. Tanto desejo de Justiça que faz agora os Estados recorrerem à Corte Suprema para que alguma solução seja dada aos Federados usurpados pela usura do governo central. Como há mais de 200 anos...
Continuo insistindo, jamais construiremos a Nação que sonhamos com Estados Federados de joelhos.

Lembro ainda os inconfidentes... ainda àquela época, para que não nos dizimássemos no conflito pela posse das lavras, apelamos para as negociações políticas, em busca da conciliação de interesses. E esta foi a nossa salvação.

E assim foi costurada nossa história, pela qual passou Juscelino Kubitschek – atacado em sua época por diversos lados devido a seus ideais de desenvolvimento e progresso –, que legou ao País Brasília, Capital da Esperança, fato também lembrado nessa semana última.
História que contou, ainda, com Tancredo, a voz calma, mas firme, serena e sábia, em tempos de difíceis crises. A ponte e a travessia que nos legaram um Brasil mais cidadão, um tempo novo.

Visitando, mesmo que rapidamente, a história desses grandes mineiros aprendemos a arte da boa política. Neles devemos buscar agora inspiração. Não é, afinal, a primeira vez que enfrentamos turbulências. E, como no passado, tenho certeza, Minas não faltará ao Brasil.
Hoje, como ontem, nosso empenho está na busca da liberdade para construir a ordem, que por sua vez irá garantir a liberdade. Nesse equilíbrio entre os dois pesos se encontra a Justiça. E esse equilíbrio só se obtém na paciente atividade política.

Shakespeare
A literatura lembrou no último sábado (23/4) a morte de um dos seus maiores nomes. Há exatos 400 anos, William Shakespeare deixava o mundo. Sua obra o eternizou. Peças e sonetos marcantes. Dramas e comédias. Romeu e Julieta e Sonho de uma Noite de Verão. Tantos e tantos outros...

Termino hoje, pois, rememorando um trecho de sua magnum opus, Hamlet. “Há uma especial providência na queda de um pardal. Se tem de ser já, não será depois; se não for depois, é que vai ser agora; se não for agora, é que poderá ser mais tarde. O principal é estarmos preparados. Uma vez que ninguém sabe o que deixa, que importa que seja logo? Que seja!”

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