(Fiat)
O leitor que acompanha o Veículos sabe que sempre destinamos esse espaço para avaliação de modelos recentes no mercado, para que o leitor conheça seus detalhes antes de investir seu dinheiro. Bom, dessa vez será diferente, já que este automóvel deixou de ser fabricado há quase cinco meses, mas fizemos questão de registrar nossa despedida do Grazie Mille, edição de encerramento do Fiat mais popular do Brasil.
A ideia desse texto não foi fazer uma avaliação de produto, e sim buscar na memória o que o Mille havia deixado. Para um sujeito de 35 anos, o carrinho teve importantes pontas nesse período. Devo admitir que me deu um frio na barriga quando recebi a unidade 1191 (foram apenas 2 mil unidades série especial, todas etiquetadas), marcando apenas 8 quilômetros em seu hodômetro. Nunca tinha guiado um carro com tão baixa quilometragem.
Por dentro é impossível não sentir uma sensação de nostalgia dentro desse “Fitinho”. A mesma arquitetura há 30 anos, que remetia ao Uno 1984 da dona Toninha (minha antiga vizinha, mãe do Bruno “Macu” e do Thiago “Elza Soares”), que o comprou na data do lançamento. Daquele modelo dos anos 1980, as diferenças estavam no redesenho do painel, sem aquelas caixinhas ao lado do quadro de instrumentos, e funções acionadas por chaves e não botões.
Na edição Grazie, além da opção de direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos, ar-condicionado e conta-giros, ele também destaca um rádio com CD, MP3 e conexão Bluetooth para telefone celular. No entanto, não há como negar que o Mille está defasado, com rádio e comandos de refrigeração posicionados longe do alcance da mão direita do motorista.
Ao volante, não dava para não lembrar do Uno Mille do falecido Siqueira, instrutor de autoescola. Foi nele que aprendi a guiar e buscar pontos de referência para fazer baliza. Impressionante o campo de visão desse carrinho.
Foi num Mille que fiz minha primeira avaliação como repórter. E de lá para cá quase nada mudou. O conhecido motor Fire 1.0 de 66 cv se manteve econômico, com médias de 14 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário. Esperto no trânsito, o Mille ainda mostra desenvoltura dentro da cidade, graças à oferta de torque máxima a baixos 2.500 rpm. Na estrada, ele até que não faz feio, mas falta fôlego para ultrapassagens mais arriscadas.
Bom, despedir do velho “Uninho” foi demais e já deixou saudades!