O líder do governo na Câmara de São Paulo, Arselino Tatto (PT), irmão do secretário de Transportes da Prefeitura, Jilmar Tatto, afirmou nesta segunda-feira que defenderá na base governista voto contrário à instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) dos transportes. Os partidários do prefeito Fernando Haddad (PT) somam hoje 42 dos 55 vereadores da capital paulista.
Nesta terça-feira, 25, os vereadores decidirão se abrem uma comissão para investigar os gastos da administração municipal com as empresas e cooperativas de ônibus da capital paulista. "Não é necessária a CPI. É possível pedir as planilhas nas comissões dos Legislativos, como na Comissão de Transportes. Não temos nenhum fato novo para motivar a abertura dessa comissão", argumentou Arselino Tatto.
A abertura da CPI é defendida pelo Movimento Passe Livre (MPL) e pelo Diretório XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), como forma de abrir a "caixa-preta" dos custos do governo com as empresas concessionárias do transporte público. Neste ano, por exemplo, R$ 1,425 bilhão deve ser gasto com dinheiro público para bancar o serviço de ônibus na cidade.
De acordo com ele, com a redução da tarifa de 3,20 reais para 3 reais, a CPI tornou-se desnecessária. "É natural que a oposição queira surfar nisso. Mas nós vamos defender na base que o voto seja contrário. Temos de valorizar as comissões já instaladas", disse.
O projeto foi protocolado pelo vereador Ricardo Young (PPS), com apoio de 22 outros parlamentares. Para ser aprovada, a CPI precisa de 28 votos favoráveis em plenário. O Poder Executivo, entretanto, quer evitar a abertura da comissão, que se transformaria em palco para ataques contra o governo do petista.
Jilmar Tatto também afirmou nesta segunda-feira que é contra a CPI dos Transportes. Ele disse que a comissão servirá para "achacar o setor". "Sou totalmente contra porque CPI, quando se instala, geralmente, é para ficar achacando o setor, não é para resolver, tirar dúvidas", disse. Jilmar Tatto falou que todas as planilhas do setor estão abertas para consulta e que a CPI só irá "tirar o foco" da discussão em torno da concessão do serviço de ônibus.
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