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MEXICO - A dirigente do sindicato de professores do México, Elba Esther Gordillo, foi presa na terça-feira (26) suspeita de desviar cerca de 200 milhões de dólares da organização, e nesta quarta, apresentada perante um juiz para ser informada de suas acusações e de que não terá direito à liberdade sob fiança.
Gordillo é acusada de "operações com recursos de procedência ilícita e violação da lei federal contra o crime organizado", informou um secretário do Tribunal Federal encarregado do caso na penitenciária oriental da capital mexicana.
Gordillo foi presa na noite de terça-feira no aeroporto de Toluca quando desembarcava de um voo privado da cidade americana de San Diego, na Califórnia.
A Procuradoria-Geral mexicana a acusa de desviar cerca de 200 milhões de dólares procedentes dos recursos do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação.
Vestida com uma blusa branca de gola alta, com o olhar baixo e de ombros encolhidos, Gordillo ouviu as acusações atrás de uma grade, durante uma audiência transmitida aos meios de comunicação através de um circuito fechado dentro da penitenciária.
Após a leitura das acusações, "A Professora", como é conhecida no México, falou em não mais de três ocasiões e respondeu com monossílabos.
"Não da minha parte", respondeu ao ter sido perguntada se tinha comentários sobre suas acusações. "Que sejam os advogados" os que falem, comentou em outra ocasião.
A pedido da defesa, o juiz terá 144 horas, o prazo máximo que oferece a lei, para analisar as provas e determinar em seu caso a abertura ou não de um processo contra a dirigente sindical.
Junto com Gordillo estavam dois homens detidos que teriam envolvimento no desvio milionário. Um juiz ordenou ainda a prisão de outra mulher, professora de carreira e próxima à líder magisterial, mas se encontra sob vigilância policial em um hospital devido a problemas de saúde, segundo a Procuradoria-Geral.
Gordillo é descrita como "a mulher mais poderosa do México" pelo virtual monopólio que exerce o sindicato que conta com 1,4 milhões de filiados, um dos maiores da América Latina. Segundo analistas próximos a Gordillo, seu sindicato recebe cerca de 10 milhões de dólares todo mês pelo pagamento da mensalidade de seus filiados.